Um confronto será inevitável se os ex-pisloteiros Hércules de Araújo Agostinho e Célio Alves de Souza, que voltam hoje para Mato Grosso, dividirem a mesma cela, como a Secretaria de Justiça e Segurança Pública (Sejusp) anunciou que irá acontecer. A análise é dos advogados dos 2 réus, Jorge Godoy (Hércules) e Waldir Caldas (Célio), que ontem já entraram com um pedido, em caráter de urgência, para que a Justiça determine ao sistema prisional que mude a decisão. Os advogados afirmam que há risco até de morte e que se isso ocorrer eles vão responsabilizar o Estado.
"É colocar o delator (Hércules) junto com o delatado (Célio). Será que eles não têm um mínimo de inteligência ou estão querendo provocar um problema. Aliás, eles estão provocando um problema colocando inimigos mortais juntos", destacou Caldas.
Os advogados analisam que esta é uma " estratégia" da Sejusp, porque qualquer desentendimento entre os 2 pode ser considerado falta grave e, com isso, o Estado poderia pedir novamente a transferências dos réus para uma penitenciária federal de segurança máxima. "Basta ter um mínimo de racionalidade para saber que haverá confronto", diz Caldas.
"Se acontecer alguma coisa, o Estado será responsabilizado, pois tem a guarda dos presos. Ou será que já não pensaram nisso deliberadamente, para que algo aconteça e seja o motivo para nova transferência?", questiona Jorge Godoy.
O pedido protocolado ontem na 2ª Vara de Execuções Penais, que será analisado pelo juiz Adilson Polegato, ainda solicita que sejam instaladas, caso ainda não existam, câmeras nos locais onde os 2 réus ficarem, assim como nos corredores, e que até o banho de sol seja feito em horário diferente.
Jorge Godoy ainda defende que como ex-policiais eles não podem ficar junto com presos comuns e o certo seria eles cumprirem a pena no Presídio Militar de Santo Antônio do Leverger. "Se não tem estrutura lá, porque o Estado não investiu?".
A reportagem não conseguiu contato ontem com o juiz Adilson Polegato, que estava realizando várias audiências.