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Greve na Justiça de Mato Grosso vai continuar

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A greve dos servidores do Judiciário de Mato Grosso vai continuar, por tempo indeterminado. A decisão acaba de ser tomada, em Cuiabá, em assembleia geral, com participação dos funcionários das comarcas de diversas cidades. Eles recusaram a proposta de receberem cartas de créditos, do governo estadual, como pagamento das diferenças salariais quando houve a troca de moeda – URV pelo Real. A greve dura 84 dias e é uma das mais longas da história na justiça estadual.

De acordo com o representante do Sindicato dos Servidores do Poder Judiciário do Estado (Sinjusmat) em Sinop, Ricardo Barsand, não “há como aceitar as cartas de crédito, pois os servidores não conseguem vendê-las e só retornarão as atividades com a certidão de quanto todos têm a receber e com o cronograma de pagamento a partir de janeiro. Apenas o Tribunal de Justiça sairia ganhando em quitar a dívida com as cartas de crédito, pois iriamos continuar sem dinheiro”, disse Barsand, ao Só Notícias.

Ainda de acordo com Barsand, o valor das cartas de crédito para quitar o passivo da URV, cujo montante chega próximo de R$ 240 milhões, só seria repassado pelo governador Silval Barbosa ao Tribunal se o presidente do TJ, José Silvério Gomes, transferisse a administração da conta única do órgão para o Estado. Porém, Silvério recusou esta proposta.

Os servidores também recusaram a proposta de auxílio alimentação, pois não contemplava todos os servidores do judiciário. “Ou beneficia todos os servidores como também os oficiais de justiça e os incorporados ou não aceitamos a proposta”, comentou Ricardo.

Conforme Só Notícias já informou, a proposta de aumentar de 7 para 8h diárias a jornada de trabalho, como cobra o CNJ (Conselho Nacional de Justiça), pelo fato dos servidores terem recebido aumento salarial de 33% ( divididos em duas parcelas iguais, sendo que a primeira está vigorando e a outra vale a partir de janeiro) foi reprovada. “Vamos recorrer desta exigência que não consideramos correta”, disse Ricardo Barsand, integrante do comitê de greve, e oficial de justiça em Sinop.

Nesta terça-feira, em Sinop, será feita reunião com todos os servidores da comarca para passar o balanço da assembleia e também o que deverão fazer a partir de agora. Segundo Ricardo, em Sinop a greve não pode ser considerada ilegal pois todos os cartórios estão abertos com uma escrivã de plantão e com dois oficiais de justiça atendendo as intimações.

(Atualizada às 19h53)

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