Após quase 4 horas de reunião o governo do Estado entrou em acordo ontem à noite com a direção dos hospitais filantrópicos de Cuiabá para prorrogar por mais 3 meses o repasse de R$ 2,5 milhões às instituições. O Executivo se propôs ainda a ajudar as unidades a quitar o deficit superior a R$ 12 milhões. De acordo com o governador Pedro Taques (PSDB), esse dinheiro pode ser remanejado de uma emenda da bancada federal que será destinada à saúde.
“Existe um déficit de R$ 12 milhões que não é uma dívida do Estado, mas nos comprometemos a junto com os diretores, buscar meios para que esse deficit seja superado. A dificuldade é dinheiro, mas nós não podemos deixar pessoas padecendo nas portas dos hospitais. A bancada federal tem nos ajudado, será destinada uma emenda ao Estado, desta, R$ 80 milhões serão para a compra dos equipamentos do Pronto Socorro, o restante são para os hospitais regionais e também com a possibilidade de quitar o deficit dos hospitais filantrópicos”.
No inicio da semana os quatro hospitais filantrópicos de Mato Grosso – Hospital Geral Universitário, a Santa Casa de Misericórdia e Hospital Santa Helena – ameaçaram paralisar os atendimentos hoje, caso o Governo não buscasse meios para ajudar as instituições financeiramente. O Ministério da Saúde repassa mensalmente R$ 13 milhões por mês aos hospitais. Em um acordo firmado no início do ano o governo se comprometeu a fazer os repasses na ordem de R$ 2,5 milhões por três meses as instituições. Em março, o Executivo fez o último pagamento.
“Nós vivemos uma crise nacional da saúde e temos que resolver isso, a crise não é só no estado de Mato Grosso. Conversamos bastante, e fizemos também uma proposta aos filantrópicos e vai ser estudada na semana que vem a possibilidade de nós, o Estado de Mato Grosso, contratualizar cinco tipos de cirurgias eletivas, junto aos hospitais filantrópicos, porque existe uma fila de cinco procedimentos com quase nove mil pessoas e nós queremos diminuir esse índice”, ressaltou Taques.
O secretário de Saúde do Estado, Luiz Soares, afirmou que a pasta irá avaliar o déficit apresentado pelos diretores dos hospitais filantrópicos para tentar estancar essa dívida sem que ela volte a surgir nas unidades. “Esses recursos vão sair da saúde e a Secretaria tem responsabilidade com oito hospitais públicos estaduais de Mato Grosso que também estão com problema de financiamento, problema de dar assistência de saúde com qualidade e vamos sempre bater nessa tecla. Temos que tirar da onde não tem, mais uma vez para apoiar as filantrópicas, mas é preciso que esse deficit seja muito bem analisado para estancar essa hemorragia”, disse Soares.