O Ministério das Relações Exteriores divulgou nota hoje lamentando a morte do estudante Toni Bernardo da Silva, da Guiné-Bissau, ocorrida em 22 de setembro, em Cuiabá. O estudante veio ao Brasil como bolsista de programa de intercâmbio oferecido pelo governo brasileiro a jovens de países africanos.
Em nome do governo brasileiro, o ministro das Relações Exteriores, Antonio Patriota, apresentou hoje, em Nova York, ao embaixador Adelino Mano Queta, chanceler em exercício da Guiné-Bissau, pedido de desculpas pela violência cometida contra o estudante e informou que as responsabilidades pelo crime serão devidamente apuradas.
A Universidade Federal de Mato Grosso (UFMT), onde o aluno estudava, informou, por meio de nota, que ele havia se desligado da universidade em fevereiro. Ele cursava economia por meio do Programa Estudante Convênio de Graduação (PEC-G), uma parceria entre os ministérios da Educação e das Relações Exteriores. Ele começou o curso em 2006 e deveria terminar os estudos neste ano.
Segundo a universidade, no ano passado, o aluno apresentou problemas pessoais e dificuldades de estudo, que o levaram à reprovação. A Pró-Reitoria de Ensino de Graduação tentou ajudar Toni Silva na resolução de seus problemas, oferecendo acompanhamento psicológico. Não houve adesão plena do estudante ao acompanhamento oferecido pela UFMT, o que levou ao desligamento dele do programa por causa de mais uma reprovação.
Na próxima segunda-feira (26), será realizado um ato na universidade em repúdio à violência cometida contra o estudante africano. A Polícia Civil de Cuiabá, que investiga o caso, informou que a suspeita é a de que o aluno foi espancado em uma pizzaria por dois policiais, que estavam à paisana no lugar, e por um empresário. Os suspeitos foram indiciados por homicídio doloso e o inquérito deverá ser concluído em dez dias.
A Embaixada da Guiné-Bissau foi comunicada da morte de Toni Silva e solicitou cópia de todos os procedimentos policiais.