A Fundação Nacional do Índio (Funai) emitiu uma nota repudiando as agressões sofridas pelo coordenador regional do órgão em Colíder (165 quilômetros de Sinop), Gustavo Freire Borges. O servidor foi agredido e feito refém, na última sexta-feira, por um grupo de cerca de 50 indígenas da etnia Kayapó.
Segundo a Funai, o servidor, que é indigenista especializado do quadro do órgão, foi mantido em cárcere privado e agredido com socos e chutes, tendo passado ainda por uma série de constrangimentos e humilhações, bem como ameaças. De acordo com a Funai, o protesto violento teria como propósito exigir a exoneração do coordenador, que está no cargo há 2 anos e, na avaliação do órgão, tem realizado excelente trabalho na região.
“Enquanto instituição pública, calcada na supremacia do interesse público, a Funai não coaduna com qualquer tipo de conduta ilícita e com nenhuma forma de violência. A fundação ressalta, ainda, que sempre esteve aberta ao diálogo com indígenas de todas as etnias. Tais atitudes, irresponsáveis e antidemocráticas, impedem qualquer tipo de diálogo sadio e producente, não sendo compatíveis com o Estado Democrático de Direito”, afirmou a Fundação Nacional do Índio.
Segundo o órgão, o episódio resultou na suspensão temporária dos trabalhos da Coordenação Regional da Funai em Colíder (MT), “causando prejuízos ao atendimento dos indígenas da região”. Gustavo recebeu atendimento médico e se recupera dos ferimentos em casa.
Conforme Só Notícias já informou, Gustavo afirmou que tentou escapar, mas foi agredido. Os indígenas pressionaram para que o servidor público federal pedisse exoneração do cargo. Conforme boletim da PM, a equipe foi acionada após o chefe do escritório ter sido espancado. Os indígenas estavam no local desde às 08h30. Já por volta das 19h40, em um aparente descuido dos acusados, o servidor tentou escapar espirrando spray nos suspeitos, mas eles conseguiram recapturá-lo e começaram a espancá-lo com chutes, bordoadas e pauladas.
Novamente, o chefe foi levado para o escritório. Acionada, a Polícia Militar chegou ao local e iniciou as negociações para libertá-lo. Os indígenas inicialmente disseram que só soltariam ele após a exoneração. Mas o diálogo com a polícia evoluiu, ele foi liberado e levado ao hospital com vários hematomas.