Após protocolar denúncias no Ministério Publico e Delegacia de Policia Judiciária Civil na comarca de Guarantã do Norte (232km de Sinop), as 112 famílias de Sem Terra retornaram ao acampamento montado em frente a fazenda Araúna, de onde na sexta-feira (31) foram expulsos. Os acampados aguardavam definição do Incra – Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária- para serem assentados em uma parte da propriedade. Barracos, camas, roupas e outros pertences foram incendiados.
A fazenda com 16 mil hectares está localizada no município de Novo Mundo, a 56 km da cidade de Guarantã do Norte. A área foi indicada pelo Incra como improdutiva e para fins de reforma agrária. As famílias estão acampadas às margens a pouco mais de três anos, esperando uma decisão do órgão responsável pela demarcação dos lotes. “Estamos vivendo há muito tempo debaixo de uma lona. Nós, e nossos filhos, não temos para onde ir”, declarou Eleandra Miguel.
A líder dos trabalhadores rurais sem terra diz estar recebendo ameaças de morte. “Os recados são constantes, estou correndo sérios riscos. Não ando mais sozinha” denunciou a manifestante, sem querer ser identificada. “Estamos desprotegidos e clamando por segurança. Essa terra é nossa, é aqui que vamos criar os nossos filhos e sustentar as nossas famílias” declarou Magali Cardoso.
A Polícia Militar fez o estudo de situação na área de conflito. No entanto, acampados dizem não ter havido o desarmamento dos homens que fazem a segurança da fazenda. Na última agressão cometida contra os trabalhadores rurais sem terra, uma pessoa foi baleada na perna. “Estamos clamando por segurança. Será que existe segurança somente para os fazendeiros” finalizou Pedro Cardoso.
O Comando Regional da Polícia Militar, sediado em Sinop, ainda não se manifestou sobre o conflito existente em Novo Mundo.