O ex-chefe do Ibama em Sinop, Gleyçon Benedito de Figueiredo deve prestar esclarecimentos até amanhã, na Polícia Federal, em Cuiabá, sobre as acusações de extração ilegal de madeira no parque Nacional do Xingu. O desembargador do Tribunal Regional Federal da 1ª Região, em Brasília, Marcio Cesar Ribeiro, concedeu salvo conduto para que o servidor seja ouvido sem ser preso. A informação é do advogado Henei Berti Casagrande.
Gleyçon teve prisão decretada durante a operação Mapinguari, desencadeada no Nortão nos últimos 15 dias, que resultou na prisão de madeireiros, fazendeiros, índios e servidores públicos. “Na decisão o desembargador considerou que Gleyçon é réu primário, tem residência fixa em Sinop, se dispôs a se apresentar e colaborar. Também declarou que não houve indícios, no decreto de prisão temporária, de autoria e participação fundamentada e individual, contra ele”, explicou Casagrande.
Além de Gleyçon, outros dois ex-chefes do Ibama no município são investigados por suspeita de terem aprovado planos de manejo falsos para a extração ilegal de madeira.
Alguns empresários e fazendeiros continuam presos em Sinop, depois de ter a prisão mantida pelo juiz Julier Sebastião da Silva. Entre eles estão os empresários em Sorriso Nei Francio, Luciane Francio Garrafa, Gilvan Jose Garrafa, do ex-presidente da Câmara de Vera, vereador Dari Leobert, dos ex-chefes do Ibama em Sinop Vilmar Ramos de Meira e Carlos Henrique Bernardes, do cacique Ararapan Trumai além dos madeireiros Gilberto Meyer, Gilmar Meyer, Reinhard Meyer, Gleomar Graf, Flavio Turquino, Vanderlei Cardoso de Sá, Vlademir Canello, Arildo Bona, João Paulo Faganello, Cassiano Zimmermann e Leandro Balin.
O grupo, de acordo com a Polícia Federal, teria extraído e vendido ilegalmente, cerca de 2.300 cargas de madeira de área indígena que teriam gerado lucro de R$ 28,163 milhões.