Estimativa produzida pelas ONGs ICV e Imazon, a partir de dados do SAD (Sistema de Alerta de Desmatamentos), indica que 76 áreas de floresta de Mato Grosso estarão seriamente ameaçadas pelo desmatamento até agosto de 2009.
O mapa de “risco futuro”, entregue em julho ao governo Blairo Maggi (PR), aponta um total de 10 milhões de hectares que estariam, segundo o levantamento, prestes a sofrer a ação de novas derrubadas.
Segundo as ONGs, a metodologia de previsão foi testada e validada em três períodos anteriores (2005-06, 2006-07 e 2007-08). Entre agosto de 2007 e julho de 2008, por exemplo, 51% do total de desmates ocorreu em áreas identificadas no mapa como sendo de risco alto e muito alto.
“Como essas áreas representavam cerca de 20% do total, uma ação efetiva do Estado focada nessas áreas poderia ter evitado uma boa parte desse desmatamento”, diz o ambientalista Sérgio Guimarães, coordenador do ICV.
A estimativa leva em conta a taxa de desmatamento nos últimos quatro anos com um peso maior para os anos mais recentes e a área de remanescentes florestais existentes na data da previsão.
As variáveis de risco -baixo, médio, alto e muito alto- são calculadas sobre células de cinco por cinco quilômetros (25 quilômetros quadrados) da área de floresta original do Estado, sem contar as unidades de conservação e terras indígenas.
O secretário-adjunto de Qualidade Ambiental da Sema (Secretaria Estadual do Meio Ambiente), Salatiel Araújo, disse que o mapa é um instrumento “mais preciso” que o métodos anteriores -que se valiam de estatísticas municipais.
Segundo ele, a eficácia do mapa será colocada neste ano à prova, com uma campanha de notificação dos proprietários de terras nas áreas consideradas de alto risco.