O presidente do Sindicato dos Profissionais de Enfermagem do Estado do Mato Grosso (Sinpen-MT), Dejamir Souza Soares, confirmou, há pouco, ao Só Notícias, que protocolou na administração do Hospital Regional de Sinop, Ministério Público do Trabalho e na secretaria estadual de Saúde, decisão da categoria que, a partir do dia 17, às 7h, inicia paralisação das atividades de enfermagem no hospital mantendo 30% do efetivo trabalhando nas enfermarias e 50% trabalhando na Unidade de Terapia Intensiva (UTI) e na Central de Material Esterilizado.
“O motivo decorre de inúmeros descumprimentos da legislação trabalhista e convenção coletiva de trabalho, em especial, salários atrasados há dois meses, cestas básicas, vale alimentação e auxílio transporte”, expôs Dejamir, no comunicado.
Há poucos dias, o juiz da 6ª Vara Cível, Mirko Vicenzo Giannotte, negou o pedido do Ministério Público Estadual para bloquear R$ 5,2 milhões do Instituto Gerir, responsável pela administração do Hospital Regional. O objetivo, segundo o promotor Pompílio Paulo Azevedo Silva Neto, que ingressou com a ação, era garantir os salários dos funcionários, além de insumos para funcionamento da unidade. Para o magistrado, no entanto, o pedido se mostrou “impertinente”, em razão da falta de repasses por parte da Secretaria Estadual de Saúde. Mirko apontou que o contrato tem vigência até o final deste mês e que o último pagamento feito pelo governo estadual foi referente ao mês de agosto. “Ou seja, os pagamentos encontram-se em atraso, impossibilitando, assim, que as empresas administradoras adequem seus débitos referentes ao hospital”.
Com a greve dos enfermeiros o atendimento para quem está na imensa fila deve demorar ainda mais. Cerca de 50 pacientes que precisam passar por algum tipo de intervenção cirúrgica ou avaliação com médico ortopedista entre outros procedimentos, estão internados- alguns há mais de 30 dias- na Unidade de Pronto Atendimento (UPA) aguardando vagas para serem transferidos ao Hospital Regional de Sinop. Segundo o secretário de Saúde, Gerson Danzer, a unidade tem 12 leitos, os demais pacientes ficam acomodados em lugares improvisados. Ainda de acordo com Danzer a UPA continua realizando os exames de raio x, em pacientes que são encaminhados do regional, em média de 5 a 10 por dia.
Outro lado
Procurada por Só Notícias, a assessoria do hospital regional e secretaria de Saúde informaram que se pronunciarão em breve quanto a questão salarial.