Apesar das prerrogativas que têm para se filiar a partido político faltando seis meses para a eleição, o conselheiro Júlio Campos, do Tribunal de Contas de Mato Grosso, deve dar nesta terça-feira o seu principal indicativo sobre seu futuro. A eleição da nova diretoria, para o biênio 2008-2009, vai dizer se o velho político ainda está na plena forma ou se vai mesmo “pendurar” as chuteiras. Caso figure na chapa como conselheiro-corregedor, o que lhe garante a escala de presidente no biênio 2010-2011, é sinal de que Júlio Campos não disputará a eleição a prefeito de Várzea Grande, como desejava o pai e mentor político, Júlio Domingos, falecido recentemente, e como deseja alguns correligionários, amigos e, segundo fontes próximas, ele próprio.
O desejo de ver Júlio Campos de volta ao cenário político, no entanto, não é compartilhado dentro da família. O senador Jaime Campos mesmo, segundo fontes, é um dos que vêm “vetando” o sonho do ex-prefeito, ex-governador, ex-deputado federal, e ex-senador de se candidatar a prefeito. Campos acha que Júlio deveria seguir no TCE pelo fato de estar enfrentando problemas de saúde e também para evitar o avanço do grupo liderado pelo governador Blairo Maggi dentro do órgão. É certo que se sair candidato, a vaga vai para o atual secretário de Fazenda, Valdir Teis.
Também estão contra alguns integrantes do Partido dos Democratas – pela qual eventualmente Júlio sairia candidato. Um deles é o próprio presidente da sigla, deputado Wallace Guimarães, que trabalha com a hipótese de voltar a disputa pelo Paço Municipal “Couto Magalhães”. A oposição na cidade, liderada por Maksuês Leite, também comemoraria muito se Júlio Campos ficasse como conselheiro.
Hábil articulador, administrador público de essência, a política sempre esteja presente na vida de Júlio Campos. Considerado um dos mais controvertidos políticos que Mato Grosso já teve, especialmente por sempre falar o que pensa, Júlio Campos não esconde seu sofrimento com o que alguns chamam de espécie de “asilo político”. Como conselheiro, suas funções são limitadas, um magistrado de contas, sem ter qualquer vínculo político e partidário. Ainda assim, revelam os colegas, Júlio tenta de todas as formas “ajudar”, especialmente a cidade de Várzea Grande. “Ele já levou muitos projetos para o prefeito Murilo Domingos desenvolver. E o que o angustia é o fato de que esses projetos não são levados adiante” – contou um amigo.
A indicação de que Campos poderia ser candidato a prefeito de Várzea Grande, em verdade, começou a se evidenciar quando ele próprio procurou contribuir para “apaziguar” os ânimos dentro do TCE. Pela ordem, Júlio poderia ser o nome a disputar a presidência do tribunal, mas abriu mão por entender que Joaquim, que chegou à sua frente no TCE, ainda não havia exercido o cargo – perdeu uma disputa contra Ary Leite de Campos. O cargo de corregedor-geral ele já exerceu. Na formação da diretoria, Além de Antônio Joaquim, está definido que José Carlos Novelli será o vice-presidente.