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Dois condenados e um absolvido por latrocínio de professor da UFMT em Sinop; mandante pega 29 anos de cadeia

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Só Notícias/Herbert de Souza (foto: Só Notícias/Guilherme Araújo/arquivo)

A juíza da 1ª Vara Criminal, Rosângela Zacarkim dos Santos, condenou dois envolvidos no latrocínio do professor Francisco Moacir Pinheiro Garcia, 53 anos, que lecionava no curso de Enfermagem do campus da Universidade Federal de Mato Grosso (UFMT) em Sinop. Rodrigo José Pozzer, 34 anos, que organizou o crime, pegou a pena mais alta: 29 anos, 1 mês e 15 dias. Já Victor Fernando de Oliveira, 22 anos, foi sentenciado a 21 anos e 4 meses de prisão.

Pelo latrocínio, Rodrigo foi condenado a 24 anos, 9 meses e 15 dias. Já pelo crime de corrupção de menores pegou 1 ano e 4 meses de cadeia. Ainda foi sentenciado a 3 anos e 10 dias de reclusão por alterar os sinais identificadores do carro roubado da vítima. Em contrapartida foi absolvido pelo crime de falsidade ideológica. Victor, por outro lado, foi condenado a 20 anos de prisão, pelo latrocínio, e a 1 ano e quatro meses de cadeia por corrupção de menores. Os dois seguem presos no presídio  Ferrugem, em Sinop, e podem recorrer da decisão.

Ao proferir a sentença, a juíza ainda absolveu outro denunciado pelo latrocínio, um personal trainer de 27 anos, que chegou a ser preso, porém, teve a prisão revogada, em agosto do ano passado. Para a magistrada, “em que pese a existência de indícios na ocasião do recebimento da denúncia”, a  participação dele “não restou suficientemente comprovada durante a instrução processual”.

Rodrigo e Francisco, conforme as investigações, se conheciam há mais de dez anos. Na época em que ocorreu o latrocínio, Pozzer morava na residência da vítima e planejou um roubo contra o docente. Desta forma, combinou a execução do crime com Victor e um adolescente. Os dois ficariam nas proximidades do condomínio onde o professor residia e, quando Rodrigo saísse com ele de carro, iriam abordá-los e anunciar o assalto. Pozzer iria “fingir não saber de nada”.

Victor e o menor abordaram o veículo em que estavam Rodrigo e Francisco. Na sequência, eles seguiram para uma área rural, nas proximidades da estrada de Cláudia (MT-423), onde deveriam amarrar a vítima e a abandonar. No local, porém, o professor teria desconfiado da participação de Pozzer. Na primeira versão, Victor disse que foi Rodrigo quem atirou na vítima. No entanto, voltou atrás e confirmou que ele e o adolescente efetuaram os disparos, a mando de Pozzer, após Francisco desconfiar do envolvimento do amigo no crime.

Rodrigo negou o latrocínio, mas confirmou envolvimento na morte de Francisco. Ele afirmou que os dois discutiram e que, por isso, atirou no professor. Rosângela refutou, na sentença, a versão apresentada. “À vista disso, em que pese a negativa do acusado Rodrigo José Pozzer a respeito do planejamento do crime de roubo, verifica-se que ele apenas exerceu o seu direito constitucional de ampla defesa, no entanto, sua versão encontra-se totalmente dissociada dos demais elementos probatórios constantes dos autos, não correspondendo à verdade dos fatos”.

Pozzer foi o primeiro a ser detido, próximo ao pedágio da BR-163, em Sorriso, no Renault Sandero da vítima que estava com as placas adulteradas. No momento da prisão, disse que fez a adulteração porque sabia que estava sendo procurado e queria inibir eventual abordagem policial. No primeiro depoimento à polícia, afirmou não ter nenhuma participação e alegou que havia emprestado o carro, pois tinha a confiança do docente.

O corpo do professor foi reconhecido no Instituto Médico Legal (IML) por servidores da UFMT. Ele foi trasladado e sepultado em Fortaleza, no Ceará.

Em alegações finais no processo, última fase antes da sentença, o Ministério Público Estadual pediu a condenação dos três por latrocínio. A Promotoria também pode recorrer da sentença.

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