Um reeducando foi encontrado morto no raio 3 da Penitenciária Central do Estado (PCE) em Cuiabá. Alan da Silva Arruda, 25 anos, estava doente, mas o atendimento estaria sendo negligenciado na unidade. Familiares reclamam da falta de assistência à saúde no sistema prisional do Estado, que é confirmada pela seccional da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB). Mato Grosso possui 65 unidades com notícias de condições insalubres, que abrigam cerca de 11,5 mil reeducandos.
A suspeita de tuberculose é afirmada pela família e parentes que mantém contato com os reeducandos da PCE. A mãe de um preso, que prefere não se identificar, diz que durante a noite de sábado, Alan estaria passando mal e presos dos raios 1, 2 e 3 bateram nas grades pedindo ajuda. No entanto, nenhum atendimento de emergência teria sido prestado.
Às 4h20, a Delegacia de Homicídio e Proteção à Pessoa (DHPP) foi acionada para averiguar o caso. O corpo não apresentava sinais de violência e na primeira avaliação no Instituto Médico Legal (IML) a causa da morte não foi determinada. Segundo a equipe plantonista, o laudo leva entre dois a três meses para ser concluído. O advogado da família de Alan espera o laudo para requerer providências em relação à morte.
Segundo a mãe do preso, esta é a 2a morte em 2 meses na PCE por tuberculose. Os familiares reclamam da falta de médicos e demora na assistência. Na ala 36 do Centro de Ressocialização da Capital (CRC) um reeducando está com tuberculose há três meses. "As condições são péssimas, a pior possível", diz a mãe. A cadeia de Várzea Grande concentra atualmente oito pessoas em tratamento de tuberculose, segundo a Secreta- ria de Estado de Justiça e Direitos Humanos (Sejudh).