Profundo conhecedor da área ambiental, da qual é militante, o advogado Rodrigo Justos de Brito, ex-diretor de Recursos Florestais da Fundação Estadual de Meio Ambiente (Fema), informou que a área total desmatada em Mato Grosso nos anos de 2003 e 2004 foi praticamente a mesma, em torno de 1,8 milhão de hectares, ou seja: 3,6 milhões de hectares nos dois anos. Isso significa que os números são superiores aos publicados pelo Ministério do Meio Ambiente – que acabaram escandalizando a crítica internacional. Os dados foram entregues por Justos à Justiça Federal, durante depoimento no processo que apura o “Escândalo da Madeira” em Mato Grosso.
Do total desmatado, Justus informou que 850 mil hectares referem-se a desmatamentos que deveriam ter sido licenciados e fiscalizados pelo Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Renováveis (Ibama), onde reside o principal foco das investigações de atos de corrupção. No balanço entregue ao juiz federal Julier Sebastião da Silva, o ex-diretor da Fema informou que autorizou o desmate em 575 mil hectares e autuou 419 mil de desmatamentos ilegais, gerando 726 autos de infração. A Fema, com isso, arrecadou em torno de R$ 104 milhões.
Justus confirmou que no ano de 2003, a Fundação Estadual do Meio Ambiente- autorizou mais desmatamentos do que no ano de 2002 – época em que Maggi ainda não havia chegado ao Governo. Ele explicou que 2/3 dos desmatamentos existentes no Estado são ilegais e que o Ibama com mais fiscais que a Fema conseguiu autuar menos do que o órgão estadual.
No período em que esteve à frente da Diretoria de Recursos Florestais da Fema, Rodrigo Justus disse ter assinado em torno de 4.300 licenças ambientais. Ele negou que tivesse expedido qualquer documento ilegal e negou com veemência sua participação no esquema de corrupção que está sendo sendo investigado pela Polícia Federal.
Ainda no depoimento, Justus disse que Moacir Pires, em algumas oportunidades, chegou a pedir explicações sobre as decisões de indeferimento de pedidos de licenças e autorizações ambientais, mas que nunca mudou as suas decisões. Em 2003, ele informou, foram indeferidos pedidos de autorizações de desmata em cerca de 500 mil hectares.
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Desmatamento em Mato Grosso é maior que o registrado por ministério
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