terça-feira, 21/maio/2024
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Cuiabana ‘presa’ injustamente por 7 dias em Paris volta para casa; ‘total descaso’

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Gazeta Digital/Danielle Venturini (foto: reprodução)

“Fiquei em uma sala trancada por 9 horas. Literalmente me trancaram ali e, para ir ao banheiro ou pedir água, precisava implorar”. É assim que a cuiabana Elizabeth Campos Cardoso, de 55 anos, define o terror que viveu durante 7 dias “presa” em Paris, na França. Ainda traumatizada, afirma que foi tratada com agressividade e descaso pela imigração e polícia francesa. Elizabeth foi recebida pela família ao desembarcar no Aeroporto Marechal Rondon, no domingo (28).

A cuiabana estava em viagem à Irlanda e se programou para passar em Paris por dois dias. Mas, ao chegar no Aeroporto Charles de Gaulle, no dia 20 de abril, foi barrada pela imigração que alegou que seu passaporte era roubado. “Foi tudo muito rápido. Ali começou o pesadelo. Fui tratada com muita agressividade. A forma de eles tratarem todo mundo, sendo você criminoso ou não, é a mesma sempre”.

Afirma ainda que nem ela e a família, que daqui tomava providências para tentar ajudá-la, contaram com apoio das autoridades brasileiras e Consulado na França. Ainda abalada, ela conta que a informação que foi repassada pelas autoridades francesas era de que seu passaporte constava como furtado ou extraviado, em Portugal, no dia 24 de agosto de 2023 e que, por isso, o nome dela estaria no sistema da Interpol. Lembra que eles abriram toda a sua bagagem, fizeram uma revista, retiraram muitas coisas que ela estava trazendo para Cuiabá, confiscaram seu celular e desligaram, o que dificultou o contato com a família ou advogados.

Vivendo todo o constrangimento, ela lembra que a situação foi ainda mais difícil por não falar francês e não ter um intérprete no aeroporto para a língua portuguesa. “Por um pequeno período eles colocaram uma intérprete, não brasileira, mas de Portugal que eu consegui entender algo”.

Após 9 horas na sala onde foi mantida dentro do aeroporto, ela foi levada para um outro local que chamaram de “hotel”, onde permaneceu sem poder sair e rodeada por policiais. “Aquilo é o fim do mundo, é uma cadeia, totalmente fechada, presa, um descaso total, alimentos precários, onde fiquei os 7 dias naquela ambiente terrível”.

Foi nesse “hotel” onde ela conseguiu, por meio de um celular do próprio local, falar com a família. Ela pode usar o aparelho por um tempo monitorado pelo sistema. “Isso só após 9 horas de aflição, de angústia para mim e para mim família que não sabia o que estava acontecendo. A fala precisava ser rápida e é monitorado por eles”.

Durante todo o processo para conseguir provar às autoridades francesas que não havia nada de errado com seu passaporte, foram inúmeras ligações, e-mails e tentativas frustradas para receber ajuda das autoridades brasileiras. Mesmo com uma declaração da Polícia Federal brasileira e também com uma informação repassada pelo Consulado de que seu passaporte já havia sido retirado do sistema da Interpol, a cuiabana só conseguiu deixar Paris após a família contratar um advogado na cidade para auxiliá-la.

“O sistema do Consulado não prestou a mínima, não foi nem um pouquinho a favor do meu caso, foi um total descaso. Por muita insistência, inúmeras ligações, e eles nada de tomarem uma providência, não fizeram o que precisaria ser feito no momento certo e ali eu permaneci por muitos dias”.

Ela conta ainda que precisou, junto com a família, comprar uma nova passagem na última quinta-feira (25) e apresentá-la às autoridades, para que então fosse liberada. “Mesmo sabendo que eu não possuía nada de negativo com meu passaporte, eu só consegui sair daquele lugar comprando outra passagem, porque eu já tinha perdido tudo que havia comprado antes. Um desgaste total, tanto emocional quanto financeiro”.

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