
Outro apontamento feito pela CGU detalha que, enquanto no primeiro projeto apresentado pela Secopa, os gastos mensais do VLT seriam de R$ 2,2 milhões ao mês, no atual documento o valor passou para R$ 6,1 milhões, ou seja, 73,8 milhões por ano. Os dados apresentados à CGU ainda destacam o Bus Rapid Transit (BRT), primeiro modelo de modal apresentado para a Copa do Mundo em Mato Grosso, como sendo mais econômico. Consta no documento que os valores para operacionalização do BRT seria de apenas R$ 3,5 milhões.
O assessor técnico de Mobilidade Urbana da Secopa, Rafael Detoni, afirmou que já está nas mãos da Agência Metropolitana documento com cinco modelos de concessão para o transporte público de Cuiabá e Várzea Grande, juntamente com o VLT. Segundo ele, a Agência e os prefeitos das duas cidades deverão definir qual o melhor modelo a ser aplicado. Detoni reforçou que qualquer um dos serviços deverá incluir os atuais contratos vigentes de Cuiabá e Várzea Grande em relação ao transporte coletivo. O profissional também reforçou que os custos das gratuidades já estão embutidos nos valores da tarifa. Exemplo disso são as passagens de estudantes de Cuiabá e idosos.
O assessor da Secretaria também explicou que devido ao sistema de transporte ser integrado, o valor da tarifa não pode ser validada apenas pelos custos do VLT. Segundo ele, o gasto para cada passageiro seria de R$ 3, sendo R$ 3,89 o custo da passagem do novo modal, e R$ 2,70 o valor dos ônibus. “A composição de uma tarifa de transporte é formada pela divisão entre os custos de operação e o número de passageiros pagantes. Dessa forma conseguimos chegar a um valor final. No caso do sistema de Cuiabá e Várzea Grande, somado ao VLT, o valor seria R$ 3”.
O governo do Estado, por meio de nota, explicou que o entendimento da CGU sobre o VLT ser deficitário, é contradito pela Secopa, que reforça a existência de “viabilidade econômica desde que o sistema funcione integrado, ou seja, com as redes alimentadoras de ônibus e vans abastecendo o novo modal”. O Executiva ainda entende a necessidade de serem destinados investimentos públicos para contemplar a população usuária do transporte coletivo de massa, para que esta então possa ser atendida com serviços de qualidade, uma vez que o mesmo é remunerado pelo próprio usuário. “Por isso do investimento de R$ 1,5 bilhão no novo sistema, o VLT”, destaca trecho da nota.


