A Comissão de Saúde da Câmara de Cuiabá realizou, ontem, uma audiência pública para apresentação do relatório da Produção de Serviços da Rede Assistencial do Sistema Único de Saúde (SUS) de Cuiabá referente ao terceiro quadrimestre de 2016. Os dados foram apresentados pela secretária municipal de Saúde, Elizeth Araújo, que apontaram que há uma concentração muito grande em investimentos nos serviços de assistência e que isso impossibilita grandes investimentos nas ações das estruturas de atenção básica.
“Esse é o momento de estruturar a saúde primando por aquilo que é mais necessário: investir na atenção básica que é da estrutura de saúde para população sem esquecer daqueles que precisam hoje de algum tipo de atendimento hospitalar e especializado”.
No terceiro quadrimestre de 2016, foram realizados mais de dois milhões de procedimentos de média complexidade, seguindo pela atenção básica que atendeu 1.893 milhões, por último, procedimentos de alta complexidade com 124.747.
Outro ponto debatido foi às obras na área da Saúde. De acordo com os dados apresentados 55% dos projetos ainda não foram iniciadas, 35% delas estão paralisadas e apenas 10% estão em andamento.
A secretária explica que a pasta está buscando rever recursos que já estavam quase perdidos no Ministério da Saúde para reformar as unidades e dar condições de trabalhos para as equipes que atuam na saúde da família. “Existem recursos no caixa da Prefeitura desde 2013 e 2014 que o Ministério pediu a devolução devido ao esgotamento, mas estamos tentando reverter essa decisão”.
O presidente da Comissão, vereador Ricardo Saad (PSDB), considerou os dados preocupantes e que vai debater com os parlamentares ações que possam ajudar o Executivo municipal a solucionar as principais demandas. “Com os números apresentados detectamos várias falhas e onde estão os gargalhos. Cuiabá tem uma demanda muito grande do interior e isso onera a cidade que não tem leitos suficientes para atender a todos. É preciso descentralizar a saúde, mas quem pode fazer isso é o governo do Estado”.