Trabalhadores do Hospital Universitário Júlio Muller (HUJM) estão utilizando os atos da greve para ampliar a cobrança por melhorias nas condições de trabalho e atendimento da unidade. Em reunião, na semana passada, eles denunciaram situações gravíssimas que dificultam o trabalho e podem colocar em risco a saúde dos pacientes. Entre as situações elencadas, destacam-se a falta de enfermeiros na Clínica Médica, falta de vestimenta adequada na UTI Neonatal, colchões em tecido propício a acumulação de bactérias na área de repouso, falta de acompanhamento da saúde dos trabalhadores, entre várias outras denúncias.
Segundo a coordenadora geral do Sindicato dos Trabalhadores Técnico-administrativos da UFMT, Leia de Souza Oliveira, o atendimento continua normal no hospital, mesmo durante a greve, porém, a situação na unidade está muita delicada. “Os trabalhadores optaram por não parar suas atividades para não colocar em risco a saúde dos pacientes, porém eles não estão satisfeitos com as condições de trabalho, isto é muito claro. Hoje existe uma situação de constante stress no HUJM. É comum encontrar trabalhadores sendo expostos a situações de risco a sua própria saúde, ou se sentindo impotentes de atender a população de forma adequada”, pontuou Leia.
Ela citou que no dia 30 de abril foi realizada uma panfletagem na frente do hospital para chamar a atenção dos usuários sobre a situação extrema que os trabalhadores estão vivendo. Infelizmente, no mesmo dia, uma trabalhadora quase foi agredida por um paciente que exigia ser atendido de forma rápida mesmo a unidade estando lotada. O caso foi apresentado ao superintendente do hospital, Francisco Souto. Ele é o representante da Empresa Brasileira de Serviços Hospitalares (Ebserh) que passou a administrar o hospital no lugar da UFMT.
Ele informou, em linhas gerais, proposições de mudanças na estrutura física do HUJM, porém, dependem da liberação de orçamento. Informou da expectativa de contar com os trabalhadores para otimizar as ações do hospital e reafirmou que os direitos conquistados, como carga horária, estão mantidos.
Novas reuniões entre o Sintuf-MT e a diretoria da Ebserh deverão ser realizadas para acompanhar se as denúncias foram sanadas.