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Cuiabá: pedófilo confessa em júri popular assassinato de criança

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É frio, é calculista, um sociopata, pedófilo. Edson Alves Delfino, 31, confirmou suas características já descritas em laudos médicos e psicológicos. Ao falar aos jurados nesta quinta-feira, confirmou tudo que já se sabia: matou  Kaytto Guilherme Nascimento Pinto, na época com 10 anos. O crime ocorreu em abril do ano passado. Como nos dias que sucederam a sua prisão, Edson confessou ter abusado e matado a criança. A única diferença do que dizia para aquela época para agora, na frente do júri, é que não cometeu o crime  premeditamente – o que é difícil de convencer os júri, até pelas testemunhas do caso.

A rigor, a condenação de Edson Delfino é certa. Nem o mais otimista dos otimistas defensores acreditam em qualquer coisa que possa evitar que o criminoso pegue menos a pena máxima. Começa porque é réu confesso e tem um perfil que amedronta a sociedade. Laudos psicológicos confirmam um homem que não se arrepende do que faz e por isso mesmo terá que amargar o resto do tempo atrás das grades. Mesmo com a frustrante tentativa de defensores em tentar descaracterizar os atos processuais.

Edson Delfino não ajudou. Como se tivesse contando uma prosa, relatou  em detalhes tudo que aconteceu naquele fatídico dia. Da hora em que viu Kayto no ponto de ônibus até o momento em que foi preso a caminho de Campo Grande (MS), após ficar alguns dias escondido no bairro Ouro Fino, na periferia de Cuiabá. Insistiu, no entanto, que não premeditou o crime e que matou o menino diante da ameaça que sofreu. Kaytto lhe disse que contaria ao pai o abuso sofrido no local em que foi morto e onde ocultou o corpo.

Mas a verdade é um pouco pior do que a que Edson tenta colocar aos jurados. Talvez até orientado pelos seus defensores em busca de uma pena menor. Servente de pedreiro, ele conheceu Kaytto na construção da guarita do prédio onde o menino morava. Por dias conviveu com a família e, após terminar a empreitada, rondava sempre o residencial. Foi visto inclusive pelo pai de Kaytto, Jorgemar Silva Pinto, ao qual, inclusive, pediu dinheiro R$ 5,00 emprestado. Ele e o irmão Benedito chegaram a almoçar na casa do menino.

O crime foi cruel. No matagal, ele imobilizou a vítima com uma “gravata” e cometendo o abuso sexual. Kaytto caiu e Delfino deu um chute. Percebendo que ele ainda respirava, colocou a cueca da criança em seu pescoço e com o auxilio de um pedaço de pau enforcou até a morte. Saiu do local, mas voltou para colocar a mochila nas costas da vítima, sem explicar porque. Preso, voltou ao local com a Polícia para mostrar onde estava o cadáver de Kaytto.

O pai Jorgemar foi emotivo em seu depoimento. Ele contou como ficou sabendo que o filho estava morto e chorou muito. Ao final, fez um alerta aos jurados: “Olhem para esse individuo e cuidem dos seus flhos. Por que ele vai atacar de novo. Foi ele quem falou isso e não eu”. Jorgemar afirmou que acreditava na Justiça, embora essa crença não trará o filho de volta: “Meu coração foi ferido e nunca irá sarar, é doença sem cura”. Durante todo o tempo, o criminoso permaneceu de cabeça baixa.

O que deixa claro que o criminoso Edson Delfino não tem a mínima chance de sobreviver ao julgamento foi dado pelo médico psiquiatra Jonas Valente, responsável pela avaliação da sanidade mental do pedófilo. Ele foi taxativo: Delfino é uma pessoa extremamente inteligente, que não gosta de falar sobre o que ocorreu, mas tem uma linha de pensamento coerente. E mais: escolhia e estudava as suas vítimas. No caso de Kaytto, sabia da rotina da criança. O médico entende ainda que a morte da vítima ocorreu por conta da revolta e ameaça de contar o abuso sexual.

 

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