Um grevista do Departamento Estadual de Trânsito (Detran) de Mato Grosso foi preso por desacato a autoridade, esta manhã, em frente a sede do órgão. A prisão, segundo o comando do Policiamente Especializado, ocorreu após os manifestantes tentarem impedirem a passagem da população que estava na sede do órgão para ser atendidos.
O comando destacou que "o direito deles manifestarem é o mesmo que os usuários tem de usar pelos serviços", que retornaram parcialmente na manhã desta terça-feira. "Os grevistas estavam em frente ao setor de vistoria obstruindo a passagem dos carros. Fomos conversar com eles para se manifestarem em outro local, para que não atrapalhasse os usuários e um dos servidores se alterou, infelizmente houve conflitos e palavras de ofensas por parte dele e então demos a voz de prisão por desacato", informou.
A presidente do Sindicato dos Servidores do Departamento Estadual de Trânsito (Sinetran), Veneranda Acosta, disse que o movimento era pacífico e que o servidor preso não teria ofendido a polícia. Ela afirmou ainda que os soldados spray de pimenta nela. "Nós estávamos sentados e a tropa se posicionou e ameaçou vir em nossa direção. Neste momento um dos nossos colegas disse que essa atitude era covarde; logo em seguida o coronel deu a voz de prisão por desacato. Isso não é desacato, prenderam nosso colega sem motivo. Fui tentar conversar com eles e um policial simplesmente jogou spray de pimenta em mim".
Em resposta ao ato, a assessoria da PM disse que no momento em que o servidor foi preso, Veneranda ficou em frente a viatura que tentava sair do local e chegou a se jogar em cima. Para retirá-la da passagem, um policial jogou o spray em sua direção, apenas para intimidá-la. A polícia filmou toda a ação desde o início.
Os servidores do Detran estão em greve há três semanas. Várias conversas de negociação com o governo do Estado foi realizado, mas sem acordo. O Tribunal de Justiça (TJ), através da desembargadora Sely Marcondes Alves, declarou na semana passada, a greve ilegal, porém o Sinetran recorreu a decisão e o impasse continua. A greve permanece, somente os serviços de exames e provas práticas para a emissão de Carteira Nacional de Habilitação (CNH) retornaram em Cuiabá e Várzea Grande.