O desembargador Carlos Alberto Alves da Rocha será o intermediador da negociação entre o Sindicato dos Médicos (Sindimed) e a prefeitura de Cuiabá, com o objetivo colocar fim ao movimento grevista. Segundo o desembargador, essa é a nova postura que vem sendo adotada pela Justiça, de buscar meios alternativos para a solução de conflitos e, neste caso específico, garantir a manutenção do atendimento à população.
Na noite de segunda-feira (6 de agosto), o desembargador Carlos Alberto Alves da Rocha acolheu pedido de liminar em ação cautelar inominada impetrada pela prefeitura de Cuiabá que pedia a manutenção de 100% do atendimento, colocando fim ao movimento paredista. Em caso de descumprimento, foi fixada multa diária de R$ 10 mil (Medida Cautelar Inominada nº 94.848/2012 – Cuiabá).
O magistrado recebeu em seu gabinete, hoje de manhã, representantes do Sindimed e do Conselho Regional de Medicina (CRM), que procuraram o desembargador a fim de sensibilizá-lo sobre a greve. Os médicos alegam que mais do que reajuste salarial, o movimento tem por objetivo melhorar as condições de trabalho desses profissionais, em virtude do sucateamento e da falta de investimentos na rede pública de saúde.
Ao término da reunião, o desembargador solicitou uma reunião com o secretário municipal de Saúde, Lamartine Godoy, o prefeito de Cuiabá, Francisco Galindo, além dos representantes dos médicos, para buscar uma solução para o impasse. A expectativa é de que a reunião seja marcada ainda para esta sexta-feira (10 de agosto). O desembargador acredita que, nesses casos, um acordo, além de colocar fim ao conflito, colabora para desafogar o Poder Judiciário.
"Vamos tentar avançar nas negociações, já que as partes já tentaram outros mecanismos mas não conseguiram um acordo", destacou o magistrado. Estiveram presentes no gabinete o vice-presidente do CRM, Arlan de Azevedo Ferreira, a presidente do Sindimed, Elza Luiz de Queiroz, a médica responsável pelo comando de greve, Eliana Siqueira Carvalho, além dos advogados do Sindimed Fernanda Vaucher e Bruno Álvares.