O ex-secretário de Justiça e Direitos Humanos (Sejudh), coronel da Polícia Militar, Airton Siqueira, estaria descumprido medidas cautelares impostas pelo Superior Tribunal de Justiça (STJ) e mantendo contatos com investigados na grampolândia pantaneira e agentes da Secretaria de Estado de Segurança Pública (Sesp).
O Gazeta Digital teve acesso a fotos em que Siqueira, aparece em uma festa noturna, ao lado da delegada-geral adjunta da Polícia Civil, Silvia Pauluzi, que é sua esposa, além da tenente-coronel Flávia e o tenente-coronel Ramalho.
O caso viola as medidas cautelares impostas pelo ministro do Superior Tribunal de Justiça (STJ), Mauro Campbell, que ao liberar Siqueira da prisão, por conta da Operação Esdras, oriunda do esquema de arapongagem que ficou conhecida com "grampolândia pantaneira", determinou "o recolhimento domiciliar no período noturno e nos dias de folga, medida necessária para evitar que o Investigado interfira nas investigações ou mantenha contato com outros possíveis envolvidos nos crimes investigados".
Siqueira também está proibido de ter contato com servidores da Secretaria de Estado de Segurança Pública, exceto sua esposa, a delegada Silvia Pauluzzi.
A festa noturna ocorreu no último dia 26 de março, no residencial Florais Cuiabá. As imagens já foram encaminhadas para autoridades públicas, o que pode fazer com que o ex-secretário seja preso novamente.
Na semana passada, quem também violou as medidas cautelares, foi o ex-secretário de Segurança Pública, Rogers Jarbas, que também é investigado no esquema de interceptações telefônicas clandestinas e chegou a ser preso junto com o coronel Siqueira em setembro de 2017 por determinação do desembargador Orlando de Almeida Perri.
Imagens de segurança de um supermercado em Cuiabá, mostram Jarbas deixando as suas compras no caixa do supermercado e indo em direção do delegado Flávio Stringueta, que foi o responsável pelas investigações dos grampos ilegais no Estado.
Stringueta acusa Jarbas de ter o intimidado e o ameaçado. A defesa do ex-secretário nega.
No mesmo dia, a esposa de Jarbas, procuradora da República Samira Domingues, teria intimidado a delegada Ana Cristina Feldner, chegando a tentar tirar o celular das mãos da delegada que filmava o desentendimento. Porém, a procuradora diz que Feldener que iniciou a confusão.
Os dois casos já estão sendo investigados. O fato envolvendo Jarbas e Stringueta já está na Corregedoria da Polícia Civil. Já o da Procuradora e Feldner, foi enviado ao Ministério Público Federal (MPF).
O coronel Siqueira foi preso no dia 27 de setembro, sob a acusação de obstrução de justiça. Além dele, também foram presos os ex-secretários Rogers Jarbas (Segurança Pública), Paulo Taques (Casa Civil), Evandro Lesco, Casa Militar), o empresário José Marilson da Silva, a personal trainer e esposa de Evandro Lesco, Helen Christy Carvalo Dias Lesco, o major Michel Ferronato e o sargento João Ricardo Soler.