A situação permanece a mesma em São José do Xingu. Os índios não estão liberando a passagem da balsa no rio Xingu, em rodovia que passa pelo parque nacional, dando acesso a BR-080 e a Peixoto de Azevedo (BR-163). Lideranças indígenas pediram que uma comissão formada pelo prefeito, vereadores e polícia fosse até à beira do rio, onde estão acampados índios de 3 tribos, para negociar.
Mas as autoridades temem que os índios possam tentar fazer reféns e julgam que o caso é de responsabilidade estadual e federal. “Eles deram um prazo de 3 dias para que essa comissão fosse lá negociar. Depois disso, não sabemos o que pode acontecer. Eles estão na beira do rio, vestidos com trajes de guerra, pintados e além das armas artesanais, alguns ainda portam espingardas”, relata o repórter Álvaro José, da Rádio Xingu, que esteve no local.
Segundo ele, a situação só não é tão desesperadora e a cidade não está totalmente ilhada, porque a cidade faz divisa com outra região. “O que acontece é que os ônibus que vêm de Peixoto, Matupá, não podem passar. Chegam na beira do rio e sem balsa, acabam tendo que retornar. Muitos caminhões também ficam parados. Se eles forem dar a volta, terão que fazer mais de 1.500 km pra chegar aqui”, explicou.
A balsa tomada pelos índios no rio Xingu, dá acesso de São José a BR-080- Peixoto de Azevedo e a BR-163. Ela foi tomada pelos nativos desde segunda-feira.
Os índios das tribos Caiapó e Juruna, que tomaram a balsa, a levaram “rio a baixo”, para perto de uma aldeia. “As reivindicações deles são melhorias na educação, na comunicação, na saúde e melhorias nas estradas”, contou Álvaro José.
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