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Ausência de pilotos não influenciará no andamento de processo, diz procurador

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O procurador da República Thiago Lemos de Andrade disse, esta tarde, em Sinop, após a primeira audiência na Justiça Federal sobre o acidente com avião da Gol, que a ausência dos pilotos do jato Legacy, Jan Paladino e Joseph Lepore não influenciará no andamento do processo. Segundo ele, a audiência foi ” mera formalidade”, pois já havia sido antecipado que não compareceriam.

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“A ausência, no entender o Ministério Público, não interfere no prosseguimento da ação. O interrogatório é um ato defensivo e cabe ao acusado decidir se pretende ou não se defender por meio dele. Na visão do Ministério Público o que ocorreu aqui foi uma recusa de prestação de depoimento, que é plenamente legítimo”, salientou.

O procurador disse ainda que “o processo vai prosseguir normalmente. Vamos instrui-lo, produzir as provas que ainda restam, e ao final, pugnar, ao que tudo indica, pela condenação, se a versão inicial se confirmar”, acrescentou.

Durante a audiência, o advogado Cláudio Pimentel, que representa uma família das vítimas pediu a prisão preventiva dos pilotos, mas o juiz federal Murilo Mendes indeferiu, baseado no argumento da defesa, de que não há prisão preventiva para crime culposo (sem intenção de matar) no Brasil. O procurador concordou com a decisão do magistrado. “Foi correta e não caberia por vários motivos. Um deles foi inclusive citado pela defesa. O crime de que são acusados é culposo e não cabe prisão preventiva”, salientou.

Sobre um ‘acordo’ que os pilotos teriam assinado no aeroporto de Cumbica, comprometendo-se a estar nas audiências programadas, e que a defesa dos réus argumentou ser improcedente, já que os dois estariam assinando algo que não entendiam, o procurador mencionou. “É uma alegação da defesa que será usada certamente em relação a tudo que foi produzido durante o inquérito. O Ministério Público refuta este tipo de artifício defesivo. Eles estiveram assistidos por advogados durante todo tempo. Não apenas particulares, mas como aqueles remunerados pela embaixada americana e não foi cometida nenhuma arbitrariedade. Temos a tranqüilidade que as provas são legítimas e foram produzidas conscientemente”, relatou.

Quanto a uma possível protelação da defesa o procurador afirmou que “é uma tentativa de arrastar o processo por mais tempo. É uma postura legítima e assegurada a qualquer acusado”, concluiu.

O processo correrá à revelia, ou seja, mesmo sem a presença dos norte-americanos nas audiências na Justiça Federal em Sinop, que é da jurisdição de onde aconteceu o acidente, em uma floresta a 200 km de Peixoto de Azevedo, em setembro do ano passado. O boeing colidiu, durante o vôo, com o jato Legacy, causando a morte dos 154 pessoas do avião da Gol que seguia para o Rio de Janeiro.

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