O senador Antero Paes de Barros disse, ontem, que ingressará nesta segunda-feira, no Ministério Público Federal (MPF), pedindo a prisão preventiva dos empresários Luiz Antônio Vedoin, sócio da Planan, que lhe acusou, em entrevista à Veja, de suposto envolvimento no esquema sanguessuga e que teria recebido R$ 40 mil via o deputado Lino Rossi (PP). Luiz e seu pai, Darci Vedoin estão em liberdade desde que fizeram o acordo de delação premiada com a Justiça Federal para quem entregaram provas de pagamento de propinas para deputados federais e senadores e que motivaram a CPI dos Sanguessugas a pedir a cassação de mandatos de 5 deputados federais mato-grossenses e uma senadora.
Antero afirmou que “soltos, eles (Luiz e Darci) estão comercializando delações”, disparou o senador tucano. De acordo com A Gazeta, Antero Paes de Barros observou que Luiz Antônio Vedoin não citou o seu nome nem no depoimento à Justiça Federal e nem na CPMI dos Sanguessugas. O senador lembrou que, para ter o benefício da delação premiada, o empresário depôs perante o juiz federal Jeferson Schneider, durante 9 dias, das 8 horas às 23 horas, e, perguntado por diversas vezes se havia mais membros da bancada federal de Mato Grosso participando da máfia das ambulâncias não se referiu, uma única vez sequer, ao seu nome.
Antero aifrmou ainda que, quando depôs na CPI Sanguessuga, Luiz Vedoiun foi instigado a dizer se havia mais parlamentares mato-grossenses envolvidos e não o acusou. “Durante essas mais de 120 horas de depoimentos, à Justiça Federal e à CPMI dos Sanguessugas, mesmo perguntado por diversas vezes, não fez nenhum menção ao meu nome”, afirmou Antero.
O senador também rebateu a entrevista que Vedoin concedeu a Veja. “A entrevista dele é pífia, não acrescenta nada, a não ser a citação do meu nome sem ser perguntado”, assinalou, salientando que, nas mais de 120 horas de depoimento, mesmo sendo questionado, “ele nunca fez essa acusação”.
Antero mostrou ontem documentos em provam que cancelou a emenda para a compra de ambulâncias em 2001. De acordo com o cronograma apresentado por ele, no dia 09 de março de 2001, a bancada elegeu o deputado Lino Rossi para ser o coordenador da aquisição de unidade móvel. No dia 28/05/01, o parlamentar comunica que houve corte de 20% no valor das emendas, ou seja, a sua parte para a compra de ambulâncias havia sido reduzida de R$ 400 mil para R$ 320 mil. No dia 29/11/01, o então coordenador da bancada, deputado Ricarte de Freitas, fez um novo comunicado que haveria mais 50% de corte. Diante disso, depois de conversar com o ex-secretário de Saúde Júlio Muller, ele decidiu cancelar a emenda para a compra de ambulâncias.
* Com A Gazeta