Mato Grosso está avançando em pesquisa científica voltada a programas de biodiversidade e passa a compor o de ‘pesquisa em biodiversidade’ (PPBio) conduzido pelo Ministério da Ciência e Tecnologia em parceria com o Museu Paraense Emílio Goeldi e Instituto de Pesquisas da Amazônia. No Estado, será instalado um núcleo regional do programa voltado às pesquisas de fauna e flora da Amazônia Oriental.
O termo de cooperação técnico-científico que estabelece a parceria entre o Ministério e o Governo do Estado foi firmado nesta segunda-feira, com a Secretaria de Estado de Ciência e Tecnologia e a Universidade Estadual de Mato Grosso. A Unemat foi escolhida a instituição coordenadora do projeto em Mato Grosso devido à sua notoriedade e capacidade técnica, científica e à sua abrangência no Estado. “É uma oportunidade para a Universidade poder atuar e formar pessoas de todos os grupos e fornecer ferramentas que garantam o desenvolvimento sustentável em Mato Grosso. A expectativa é futuramente ampliar esse convênio para os biomas de Cerrado e Pantanal”, afirmou Taisir Karim.
Inicialmente, são previstos 60 meses de cooperação. “O acordo é amplo. Inclui assessorias técnicas, troca de informações, além do fortalecimento da Unemat e dos núcleos de pesquisa voltados para biodiversidade”, explicou Nilson Gabas.Este é um importante passo para o estudo da diversidade ecológica do Estado. Permitirá um inventário completo sobre a riqueza de espécies da Amazônia Oriental mato-grossense.
Estão previstos inicialmente o desenvolvimento de 19 protocolos. Sendo quatro básicos, sobre clima, topografia, solos e estrutura da vegetação. Além de 15 biológicos: sobre abelhas, moscas, insetos de palmeiras, besouros, vespas, invertebrados, gafanhotos, percevejos, mosquitos, peixes, aves, mamíferos, répteis, anfíbios, fungos e diferentes vegetais. “Além de promover o desenvolvimento da pesquisa, o programa possibilitará a formação e capacitação de recursos humanos e o fortalecimento institucional”, disse a Pró-Reitora de Pesquisa e Pós-Graduação Carolina Joana da Silva.
O Núcleo Regional do PPBio da Amazônia Meridional (Nuram) será instalado em Alta Floresta. cujo campus da universidade será o responsável pela coordenação da pesquisa, a cargo da professora Célia Regina Soares.
A área escolhida para implantação do sítio de pesquisa é o Parque Nacional Juruena, localizado entre os municípios de Apiacás, Nova Bandeirantes, Cotriguaçú e os municípios amazonenses de Apuí e Maués. É o terceiro maior parque nacional brasileiro com uma área de 1,9 milhões de hectares e era uma das últimas unidades de conservação para integrar o Corredor de Conservação Sul-Amazônia que pode auxiliar na contenção do processo de degradação da região.
As pesquisas realizadas neste núcleo regional contribuirão para a rede integrada nacional, do Programa de Pesquisa em Biodiversidade (PPBio), da Secretaria de Políticas e Programa de Pesquisa e Desenvolvimento (SEPED). Já foram implantados núcleo regionais no Amapá e Maranhão.
No dia 20 desse mês, um grupo de pesquisadores apoiados pela Secretaria de Estado de Meio Ambiente e Ibama iniciam os primeiros levantametos no Parque Juruena.