As definições sobre a greve dos agentes prisionais da penitenciária Osvaldo Florentino, o “Ferrugem”, em Sinop, serão debatidas, hoje, com representantes da Secretaria de Estado de Justiça e Direitos Humanos (Sejudh). Ao Só Notícias, o diretor da unidade, Pedro Ferreira Martins Filho, disse que ainda não está confirmado se parte do efetivo do município vai aderir a paralisação. A confirmação deve sair hoje.
A categoria deve protocolar na secretaria o informativo sobre a greve por tempo indeterminado. A previsão é de que após o prazo legal, de 72 horas, os agentes cruzarão os braços a partir de quinta-feira (4). A decisão foi tomada na semana passada. A classe reivindica reajuste salarial, convocação de servidores, adicional de insalubridade, entre outras melhorias.
Conforme Só Notícias já informou, a previsão é de que as atividades emergenciais sejam cumpridas normalmente, pois 30% do efetivo deve continuar trabalhando. Segundo o presidente do Sindicato dos Servidores Penitenciários de Mato Grosso (Sindesspen), João Batista Pereira de Souza, em algumas unidades será necessário manter 100% do quadro de servidores.
Atualmente o Ferrugem conta com 57 agentes, que se dividem em plantões. A população carcerária é de cerca de 700 pessoas. No mês passado, autoridades de Sinop cobraram junto a Secretaria de Estado de Justiça e Direitos Humanos melhorias, já que a capacidade é para 350 reeducandos. O ideal, segundo a secretaria, é 35 agentes por turno.
A classe reivindicou a contratação e qualificação imediata de 42 agentes que já estão aprovados em concurso público e aguardam convocação. Na ocasião, o juiz criminal, João Guerra denunciou a situação de risco e alertou para os problemas estruturais. Para o magistrado, uma rebelião de grandes proporções só depende da vontade dos presos. “Quem crê tem que crer que existe Deus que cuida daquilo. Todos os dias os agentes colocam as vidas em risco quando vão trabalhar. Estamos falando de uma tragédia anunciada”, alertou Guerra.
Em janeiro, parte dos agentes paralisaram as atividades por 24 horas. A paralisação foi nacional contra o veto da presidente Dilma Rousseff, ao projeto de lei que previa o porte de arma de fogo aos profissionais. Foram mantidos 30% do efetivo para os trabalhos essenciais.
Em Mato Grosso, são 2,2 mil servidores divididos entre agentes penitenciários, assistentes e profissionais de saúde de nível superior, entre médicos, psicólogos, dentistas e outros. A greve, segundo o presidente do sindicato, atinge as 65 unidades prisionais existentes no Estado.