Os agentes prisionais de Mato Grosso vão dar início a um novo momento de protesto contra o que classificam de baixos salários. Depois de terem a manifestação de greve decretada ilegal pela Justiça, em dezembro do ano passado, agora eles deverão aplicar um novo método de pressão batizado de “greve inteligente”. Conforme deliberação em assembléia-geral na terça-feira, os agentes farão uma espécie de movimento padrão, que consiste em todos comparecerem aos seus locais de trabalho e fingir que estão trabalhando.
O movimento prevê que todos os servidores, agentes carcerários e administrativos e plantonistas, compareçam normalmente no trabalho, assim como fizeram os investigadores. Ao invés de ter apenas 30%, todos estarão em seus postos de trabalho. Porém, segundo uma fonte, o movimento prevê retardamento proposital nos atendimentos médico, psicológico e social. Haverá ainda atraso das refeições e cancelamento do jantar dos presos.
Os articuladores do movimento decidiram ainda incluir na “greve inteligente” atrasos de até três horas para retirar os presos das celas para serem atendidos pelos advogados e o pior de todas as ações: a proibição da entrada de visita. “São atitudes incompatíveis com o interesse público e que apenas podem gerar rebeliões, motins e tentativas de fugas”, disse o secretário Carlos Brito.
O governo afirma que já atendeu as principais reivindicações da categoria, como aumento salarial, em agosto, e aprovação da lei que altera a forma de promoção e a tabela do cargo de agente prisional. Também foram contratados 271 agentes temporários e nomeados 80 aprovados no concurso de 2003.
Outras pendências, como a questão do pagamento da insalubridade, estão sendo discutidas pela Secretaria de Administração (SAD), uma vez que interessa a diversas categorias de várias áreas do Governo.