PUBLICIDADE

Acusado de planejar execução e arrancar coração de jovem em Mato Grosso vai a júri popular, decide tribunal

PUBLICIDADE
Só Notícias/Herbert de Souza

O Tribunal de Justiça decidiu manter a sentença da comarca de Comarca de Rosário Oeste (130 quilômetros de Cuiabá) para que seja submetido a júri popular o principal suspeito de planejar a execução e tortura de Thaisson Silva Morais, 26 anos. O jovem foi morto em maio do ano passado, em uma residência no município, após ter sido torturado. O crime foi filmado e divulgado nas redes sociais. Um dos criminosos, incentivado pelos demais, ainda abriu o tórax da vítima e enfiou a mão com o intuito de arrancar o coração.

Para a defesa do acusado, no entanto, há “escassez probatória” e insuficiência de elementos para mandar o réu a júri popular, motivo pelo qual deveria ser absolvido ou impronunciado. A defesa ainda cobrou a exclusão de qualificadoras do motivo torpe e recurso que dificultou a defesa da vítima, além da absolvição pelos crimes conexos de vilipêndio a cadáver, organização criminosa e tráfico de drogas.

A sentença da comarca de Rosário, no entanto, foi integralmente mantida pelos desembargadores do Tribunal de Justiça. “No que concerne à autoria delitiva, denota-se a presença de indícios suficientes a implicar o possível envolvimento do recorrente no ilícito, nada obstante tê-lo negado em juízo, aduzindo que teria sido forçado por agentes públicos para assinar o interrogatório que haviam redigido para ele, não se descuida que o mencionado documento primevo reflete a confissão extrajudicial do réu, com minúcias do ilícito, incluindo sua motivação e o contexto da execução, em aparente sintonia com a versão acusatória”, comentou o relator, Gilberto Giraldelli.

Ainda em maio de 2020, o Ministério Público do Estado (MPE) denunciou três homens pelo assassinato de Thaisson. Conforme a denúncia, o crime foi motivado por disputa de território entre facções. Um dos denunciados teria planejado a execução por vingança, uma vez que a vítima teria tentado matá-lo anteriormente. No dia do crime, o criminoso atraiu Thaison até um barraco nos fundos da residência dos outros dois denunciados, onde a vítima foi amarrada e torturada. Os membros da facção filmaram toda a ação, inclusive quando um dos três denunciados desferiu uma facada no joelho da vítima, dizendo: “Eu vou abrir você, eu vou arrancar seu coração vivo, você vai ver eu arrancando seu coração”.

Na sequência os denunciados levaram Thaison até o lixão da cidade e utilizaram instrumento perfuro cortante para abrir o abdômen dele. Em um novo vídeo, exibiram a vítima morta, com as mãos amarradas e vísceras expostas. “Com extrema frieza e malvadeza um dos denunciados, incentivado pelos demais, enfia a mão e os braços dentro do abdômen e região torácica da vítima, com intuito de retirar-lhe o coração para demonstrar a potencialidade cruel com que agem contra seus rivais”, consta na denúncia. Simultaneamente, os criminosos proferiam dizeres em ameaça a outros integrantes da facção concorrente.

O corpo da vítima foi encontrado no lixão horas depois do crime, quando começaram as investigações e foram identificadas as vozes dos vídeos como sendo dos denunciados. Policiais foram à residência do suposto mandante do crime, onde apreenderam drogas, balança de precisão, anotações com nome de traficantes e diversos comprovantes bancários. Conforme as investigações, ele era responsável por cobrar e receber uma taxa imposta pelo Comando Vermelho dos pequenos traficantes do município e remeter aos superiores. No barraco dos outros dois denunciados, os investigadores encontraram os vestígios da tortura e confirmaram ser o mesmo local da filmagem divulgada pelos denunciados.

“Assim agindo, os acusados, integrantes do Comando Vermelho, com aderência de vontades, praticaram um crime de homicídio qualificado pelo meio cruel – tortura, porquanto impingiram-lhe violência além da necessária para a prática do homicídio, visando causar-lhe extremo sofrimento físico e mental antes do golpe mortal, bem como tinham o propósito de constrangê-la com (facadas) e ameaças (promessas de morte), com o fim de obter informações a respeito de integrantes da organização criminosa rival”, argumenta o Ministério Público na denúncia.

PUBLICIDADE
PUBLICIDADE
PUBLICIDADE
PUBLICIDADE
PUBLICIDADE

Mais notícias
Relacionadas

Incêndio atinge prédio comercial no centro de Sinop

Um princípio de incêndio em um prédio comercial movimentou...

Nota MT vai sortear 2 mil ingressos para etapa da Stock Car em Cuiabá

A secretaria estadual de Fazenda (Sefaz-MT), por meio do...

Novo desembargador em Mato Grosso será empossado na próxima semana

O advogado Ricardo Gomes de Almeida toma posse no...
PUBLICIDADE