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Acusado de chefiar grupo responsável pela chacina em Mato Grosso vai a júri popular

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Só Notícias/Herbert de Souza (foto: assessoria/arquivo)

O Tribunal de Justiça decidiu manter a sentença de pronúncia para que seja submetido a júri popular o acusado de chefiar o grupo denominado “Os Encapuzados”, responsável pela Chacina de Taquaruçu do Norte, distrito de Colniza (700 quilômetros de Sinop). No dia 19 de abril de 2017, foram assassinados Fábio Rodrigues dos Santos, Valmir Rangel do Nascimento, Aldo Aparecido Carlini, Sebastião Ferreira de Souza, Izaul Brito dos Santos, Francisco Chaves da Silva, Edson Alves Antunes, Samuel Antônio da Cunha e Ezequias Santos de Oliveira.

A Justiça de Colniza decidiu que o réu deverá ir a júri por nove homicídios, todos qualificados pelo motivo torpe, pela execução de maneira cruel e com recursos que dificultaram as defesas das vítimas, em concurso de pessoas e praticados por milícia privada. Após a decisão, a defesa recorreu ao Tribunal de Justiça fazendo diversos apontamentos e afirmando que a sentença não se baseou em indícios de autoria, mas apenas em “testemunhos de ‘ouvi dizer’”.

Para Orlando Perri, que relatou o recurso no Tribunal, os depoimentos e demais provas apontam para indícios de autoria do acusado. “Com isso, por ser um dos principais líderes do grupo criminoso denominado ‘Os Encapuzados’, e tendo ele sido reconhecido pela testemunha como um dos autores da chacina, consoante confirmado por várias testemunhas inquiridas durante a instrução preliminar, não se pode cogitar em sua despronúncia, conforme pretende a respeitável defesa”, concluiu o magistrado.

Segundo o Ministério Público do Estado (MPE), os criminosos percorreram aproximadamente 10 quilômetros ao longo da estrada conhecida como ‘Linha 15’, assassinando, com requintes de crueldade, aqueles que encontraram pelo caminho, sem dar chance de fuga ou defesa. “Os denunciados executaram as vítimas, em desígnios autônomos, de forma repentina e mediante surpresa, utilizando-se de crueldade, inclusive tortura, dificultando, de qualquer forma, a defesa dos ofendidos”, diz a denúncia.

O MPE diz ainda que a crueldade empregada pelo grupo de extermínio pode ser constatada em cada vítima assassinada. “Os corpos de Francisco e Edson foram encontrados com ferimentos provocados por arma de fogo, já a vítima Valmir tinha vários cortes causados por golpes de arma branca. Ele foi encontrado degolado e com as mãos amarradas para trás. Os três estavam no lado direito da Linha 15. Cerca de 6 km à frente, em um verdadeiro rastro de morte, foi encontrado o corpo de Izaul, ao lado de sua casa. Ele também foi degolado e estava com as mãos amarradas para trás. Aldo foi morto por disparo de arma de fogo e Ezequias com golpes de faca no pescoço. Os dois estavam no km 2 da Linha 15”.

Sebastião foi encontrado dentro de casa. Ele foi executado com golpes de facão. Os dois últimos corpos foram localizados nas proximidades de um córrego. Fábio e Samuel apresentavam ferimentos provocados por arma de fogo. A principal hipótese é de que a chacina tenha sido motivada por disputas de terras.

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