segunda-feira, 6/maio/2024
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Acadêmicos indígenas em MT pedem melhorias em prédio que serve de alojamento

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Desde que iniciaram os estudos do 3º grau Indígena pela Universidade do Estado de Mato Grosso (Unemat), no campus de Barra do Bugres, estudantes de mais de 30 etnias que ocupam terras indígenas de Mato Grosso ficam alojados no prédio do Colégio Agrícola do município, já desativado pela prefeitura. Instalados em antigas salas de aula durante cerca de 60 dias no ano, eles cobram a cedência da área para a instalação efetiva da faculdade indígena intercultural e melhorias e reformas da estrutura.

Para dar uma solução ao imbróglio, que se arrasta há mais de dez anos, representantes da Secretaria de Estado de Educação (Seduc), da Unemat, da Empresa de Pesquisa, Assistência e Extensão Rural (Empaer), da Organização dos Profissionais da Educação Escolar Indígena de Mato Grosso (Oprimt) e Conselho Estadual Indígena de Mato Grosso (CEI-MT), entre outros, se reuniram, ontem à tarde, com cerca de 120 estudantes indígenas, no próprio prédio que está servindo de alojamento.

De acordo com as autoridades presentes, a área pertence à Empaer, que por sua vez cedeu para a prefeitura para a instalação da escola agrícola. Após a unidade escolar ser desativada, os prédios passaram a ser utilizados pela Unemat para hospedar os estudantes dos cursos de Pedagogia Intercultural e de Licenciaturas Intercultural Específicas em: Ciências Sociais; Ciências da Natureza e Matemática e Línguas, Artes e Literatura. Porém, para que a instituição promova melhorias e reformas, em parceria com outros órgãos, é necessário que a questão da cedência seja resolvida.

O local abriga os indígenas duas vezes por ano, quando ocorrem as aulas, durante o período das férias dos acadêmicos da Unemat. Isso ocorre por falta de espaço físico na universidade que possa abrigar os cursos oferecidos para os seus acadêmicos regulares e os indígenas. A alimentação e a segurança também são fornecidas pela universidade. 

O xavante Saturnino Wapotowê Rudzaneiedi explicou que muitas promessas já foram feitas, inclusive a da construção e transformação do local na primeira faculdade indígena em tempo integral da América Latina, além de anúncio de investimentos de mais de R$ 10 milhões na gestão passada. “Nada disso saiu do papel, ficou apenas na promessa. Vemos a cada dia nosso sonho se distanciar, o que nos dá a certeza de que o compromisso caiu no esquecimento das autoridades. Mas nós queremos uma solução breve e definitiva para que nossos parentes tenham garantido o direito de estudar”, declarou.

A liderança indígena entregou ao secretário um documento com as reinvindicações da comunidade, entre elas a instalação da faculdade, a reforma urgente das acomodações e a garantia da sequência e repasse de recursos para a formação de novas turmas.

Além disso, os indígenas pedem a intercessão do Governo do Estado junto ao Governo Federal e a Fundação Nacional do Índio (Funai) para a manutenção da concessão de auxílio financeiro a estudantes indígenas matriculados na instituição de Ensino Superior. Segundo eles, já houve a sinalização de que não haverá mais o repasse, o que dificultaria a permanência dos acadêmicos nos cursos, devido ao alto custo de deslocamento e manutenção dos estudantes fora de suas aldeias.

“Estamos nos comprometendo em levar a questão às esferas superiores e dar uma resposta aos indígenas até o mês de abril, ocasião da formatura de mais uma turma”, afirmou o secretário adjunto de Política Educacional da Seduc, Gilberto Fraga.

Também firmaram o compromisso de discutir e tomar providência junto aos órgãos, os representantes da Unemat, professor Carlos Edinei de Oliveira, e da Empaer, Arnaldo Luiz Pereira. Na reunião estavam presentes ainda o presidente do CEI-MT, Filadelfo de Oliveira Neto; o presidente da Oprimt, Mayawari Mehinako; o diretor de Gestão e Educação Indígena da Unemat, Adailton Alves de Silva; e o coordenador de Educação Escolar Indígena da Seduc, Félix Rondon Adugoenal, entre outros.

O secretário adjunto Gilberto Fraga disse que o Governo do Estado, por meio da Seduc, já garantiu mais R$ 9 milhões para a continuidade dos cursos na Unemat. Nos próximos oito anos, serão cerca R$ 18 milhões na educação superior indígena, para a capacitação de 360 pessoas de 44 etnias de Mato Grosso. O processo será gradativo, sendo 120 estudantes ingressando a cada ano.

Em dezembro de 2015, os primeiros 120 alunos, entre eles lideranças indígenas, participaram da aula inaugural no auditório da Escola Estadual Presidente Médici, em Cuiabá. A oferta das vagas nos cursos de formação de professores indígenas da Unemat é realizada por meio de convênio firmado entre a Instituição, a Seduc e a Funai.

Além disso, Fraga destacou que é prioridade da gestão a criação da Política Pública para Educação Escolar Indígena – que dará as diretrizes para esta e as futuras gestões da Educação.

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