Santos e São Paulo se enfrentam nesta quarta-feira no primeiro grande teste de ambos depois das mudanças que passaram para 2015. O reformulado Peixe e o reforçado Tricolor duelam na Vila Belmiro, às 22 horas (de Brasília), pelo Campeonato Paulista.
Depois de ter vencido o Vasco e perdido para o Flamengo na pré-temporada, quando ainda estava longe do nível ideal, o time de Muricy Ramalho triunfou nas três primeiras rodadas do Estadual, diante de Penapolense, Capivariano e XV de Piracicaba. Agora, o primeiro clássico chega para mostrar em que condição realmente está o Tricolor, que perdeu Kaká para este ano, mas reforçou a zaga, as laterais, o meio-campo e o ataque.
Apesar disso, Muricy ainda tem cautela sobre a importância do teste. “Não dá para falar que vai ser o jogo que vai medir nosso momento. Não temos três ou quatro titulares ainda”, afirmou. “Vamos medir no dia em que a gente tiver o plantel todo à disposição. Por enquanto, estamos procurando jogadores, mudando um pouco. Então, a gente vai ter que esperar”.
Mesmo que o treinador são-paulino não queira, a partida mostrará para a torcida se o São Paulo está pronto também para a Copa Libertadores da América. Uma semana depois de jogar na Vila, o Tricolor provavelmente vai a Itaquera para encarar o Corinthians, que venceu o Once Caldas por 4 a 0 na primeira partida da fase preliminar e tem grande vantagem para confirmar a classificação também nesta quarta.
Para o jogo na Vila, Muricy Ramalho deve reconduzir Alan Kardec aos titulares, até pensando na Libertadores, já que Alexandre Pato, escalado nos dois jogos passados, não poderá jogar contra o Corinthians por força de contrato. O lateral esquerdo Carlinhos segue fora por dores no joelho esquerdo, enquanto Souza volta praticamente certa, recuperado de lesão na canela direita. O zagueiro Dória e o meia-atacante Centurión, mais recentes contratações, não ficam nem no banco de reservas.
Do outro lado, ao contrário do São Paulo, que manteve uma base, o Santos encara o teste depois de ter passado por uma reformulação. Mesmo com duas vitórias e um empate fora de casa neste Estadual, que lhe dão a condição de líder do grupo D, o Peixe chega para o clássico desta quarta-feira com a intenção de provar que é forte e pode brigar com seus rivais da capital pelo título, mesmo com contratações bem mais modestas.
O time ainda tem sofrido com a falta de entrosamento, fruto do planejamento atrasado e dos reforços que só chegaram poucos dias antes do início da competição, e briga contra a desconfiança, que parte inclusive de seu torcedor. Por conta disso, nada como uma vitória diante do badalado São Paulo de Ganso, Michel Bastos, Luis Fabiano e Muricy Ramalho para elevar a confiança e impor respeito aos adversários.
No time, a escalação ainda é uma incógnita. Como enfrentou o Red Bull Brasil no domingo à noite, o Peixe chegou a Santos apenas na segunda à tarde e realizou somente um treino, na véspera do jogo, para se preparar. Enquanto isso, o Tricolor atuou no sábado e teve um dia a mais de descanso, fato que incomodou o técnico Enderson Moreira.
“Estamos com uma desvantagem quase em todos os jogos por jogar muitas vezes um dia após o adversário”, disse o treinador. Dos poupados na última rodada, o único com presença garantida é Robinho. O craque ficou em Santos se preparando e descansando e nem sequer viajou para São José do Rio Preto, tudo para estar 100% contra o Tricolor. “O Robinho (volta), sem dúvida, ele é titular do nosso time”, avisou Enderson, sem rodeios.
Na zaga, Gustavo Henrique e Werley disputam a vaga para jogar ao lado de David Braz. Com a folga dada a Caju, que recém chegou da Seleção Brasileira sub-20, assim como Thiago Maia e Gabriel, Chiquinho segue pelo lado esquerdo, com Victor Ferraz compondo o oposto, já que Cicinho foi expulso após ficar apenas 30 minutos em campo na última partida.
No meio, Alison, Renato e Lucas Lima seguem titulares absolutos. Mais para frente, Geuvânio é o único garantido ao lado do Rei das Pedaladas. Thiago Ribeiro e Ricardo Oliveira brigam pela terceira vaga do ataque. Se jogar ao lado do camisa 11, Robinho fará a função do ‘falso centroavante’, enquanto que com o camisa 9, a principal estrela do time retorna à sua posição e origem, caindo pelas beiradas e alternando com Geuvânio.