Quatro torcedores do Corinthians que obtiveram liminar para assistir à partida contra o Millonarios, nesta quarta-feira, pela Copa Libertadores, ouviram pedidos dos advogados do clube para não entrar no Pacaembu. Eles resolveram exercer o direito obtido na Justiça e, com força policial, posicionaram-se no setor das numeradas.
Armando Mendonça, um deles, falou em "questão de cidadania" e não se sensibilizou com o temor do Timão de sofrer novas conseqüências da Conmebol (a confederação sul-americana). Punida preventivamente pela morte do boliviano Kevin Espada, na partida da semana passada contra o San José, a equipe teria de atuar sem torcedores.
"Eles estão com receio da repercussão na Conmebol, mas eu não posso concordar com isso. É um direito meu como consumidor. Tem uma Constituição, há uma democracia. Se não entrar, eu vou dar um mau exemplo. Estou exercendo o meu direito como cidadão", disse Mendonça, pouco antes de exibir a liminar no portão.
Após a conversa com Mendonça, Luis Alberto Bussab não fez a menor questão de esconder o nervosismo. Minutos mais tarde, o advogado do Corinthians fez o seu papel e disse não temer represálias pela entrada dos torcedores, amparados na Justiça comum.
"O Corinthians estava só querendo conciliar, mas as partes que têm liminar não se sensibilizaram. O problema passa a ser da Conmebol, o Corinthians não é parte. O clube não está fazendo nada para que eles entrem. Pelo contrário", comentou o advogado.
O principal temor é uma enxurrada de liminares para a próxima partida do Timão no Pacaembu na Libertadores, no dia 13 de março. Existe até uma possibilidade de uma ação coletiva que dê aos torcedores com ingressos comprados o direito de assistir ao confronto com o Tijuana, o que contrariaria a punição preventiva da Conmebol. O julgamento definitivo do clube acontecerá em um prazo de 60 dias, contados a partir da semana passada.