Três minutos. Foi esse o tempo que o São Caetano precisou na tarde deste domingo para superar o Palmeiras por 2 a 0 e impor ao rival sua quarta derrota em quatro jogos neste Campeonato Brasileiro, colocando ainda mais brasa no já ardente “inferno verde”, que queima sem parar desde a eliminação da equipe da Libertadores da América. Marabá e Élton, o melhor do jogo, definiram a vitória do Azulão ainda na etapa inicial.
O técnico Marcelo Vilar optou por poupar os principais titulares da equipe no Anacleto Campanella e acabou pagando o preço. Agora, dez pontos atrás dos líderes do Brasileirão, o Palmeiras, mesmo com mais 34 jogos por fazer, passa a se preocupar mais com o rebaixamento para a Série B do que com o título da competição.
No próximo final de semana, provavelmente com os retornos de Juninho Paulista e do goleiro Marcos, o Palmeiras abre as portas do Parque Antártica para receber o Cruzeiro, domingo, às 16 horas. Já o São Caetano volta a atuar no Anacleto Campanella, sábado, às 18h10, diante do Juventude.
O jogo: Com exceção de Ilsinho, estreante que esbanjou vontade e categoria pela lateral direita palmeirense, o que se viu no primeiro tempo da partida do Anacleto Campanella foi um time extremamente nervoso e sem padrão de jogo, chegando esporadicamente ao ataque, mas sem força ofensiva, já que Muñoz sofria com a falta de ritmo e Enílton, com a falta de categoria.
O melhor lance palmeirense surgiu justamente dos pés de Ilsinho. Insinuante, o lateral-direito do Verdão passou com facilidade pelo seu marcador e cruzou a bola na cabeça de Cristian, que por pouco não marcou o primeiro do Alviverde aos 13 minutos. Essa foi a única pontada perigosa do Palmeiras em todo o primeiro tempo.
Já o São Caetano, que não tem nada a ver com a crise verde, aproveitou um momento de bobeira de Correa para abrir o placar. O volante vacilou no meio-campo e perdeu a bola para o baixinho Élton que, mesmo puxado por Thiago Gomes arriscou o chute da intermediária. Sérgio bateu-roupa e Marabá, rápido no rebote, ganhou da zaga para fazer 1 a 0.
O gol desestabilizou o Palmeiras, que levou mais um três minutos depois. No lançamento longo, Élton avançou em velocidade, passou por Sérgio, foi derrubado e se levantou rapidamente, cutucando quase sem ângulo para fazer um golaço.
Mais um garoto: Mesmo perdendo por 2 a 0, o técnico Marcelo Vilar resolveu continuar apostando na nova geração palmeirense, e mandou a campo o novato Francis na vaga de Reinaldo. Trocou também o ineficiente Cristian por Ricardinho, na tentativa de melhorar a criatividade do time.
As mudanças não surtiram efeito e o Azulão continuou melhor no jogo. Vilar, então, atendeu aos pedidos da torcida, já irritada com Enílton, e sacou o nove para a entrada de Alex Afonso. Se o nível técnico continuou baixo, a movimentação, ao menos, melhorou, mas não o suficiente para assustar o goleiro Luis. A melhor oportunidade, mais uma vez, aconteceu com Ilsinho, que cabeceou forte, mas esbarrou no camisa um do Azulão.
Sem Élton e Marcelinho, substituídos por Leandro Lima e Rodriguinho, o São Caetano diminuiu o ritmo e passou a administrar a vantagem no placar. Já o Palmeiras cresceu e começou a arriscar chutes de longa distância, principalmente com Ricardinho. Tudo em vão. No final, o placar ficou mesmo nos 2 a 0 para o Azulão, suficientes para dar um respiro ao time do ABC e para apertar o nó na garganta da imensa massa palmeirense. Nem mesmo a atitude de Sérgio, que foi para a área do Azulão tentar o gol aos 48, aliviou o sentimento palmeirense.