Desentendimento. Esse foi o motivo que levou o técnico Bernardinho a dispensar o levantador Ricardinho da seleção brasileira de vôlei que vai disputar os Jogos Pan-americanos. As explicações para o corte foram contraditórias, mas atritos durante a Liga Mundial desencadearam na decisão.
“É normal que a relação fique desgastada após 40 dias longe da família”, disse Bernardinho, referindo-se à fase em que o grupo esteve reunido para a disputa da Liga Mundial. “E você tem que ver até que ponto as pessoas estão dispostas a agüentar um desgaste. Sei que ele está magoado, mas poderia ser pior para a nossa relação. Poderíamos chegar a uma situação pior, que eu não gostaria que acontecesse”, completou o técnico.
Ricardinho foi mais direto no motivo que pode ter ocasionado a sua dispensa. “Eu como capitão, sempre briguei pelo grupo e zelei pelos interesses dos jogadores. Faltando dois dias para o final da Liga Mundial, discuti com a comissão técnica sobre treinamento, sobre premiação, sobre coisas normais que eu, como capitão, precisava falar”, revelou em entrevista à ESPN Brasil. “Pelo que eu estava sentindo, já sabia que isso (corte) poderia acontecer.”
O jogador lamentou ter sido dispensado em cima da hora e saber de informações pela mídia. “Eu sempre prezei muito a seleção e poder defender o meu país. Tudo isso me decepciona muito”, desabafou, depois de saber que um dos motivos de sua dispensa teria sido por estar “exausto”, segundo disse momentos antes o presidente da Confederação Brasileira de Vôlei, Ary Graça.
Bernardinho procurou poupar o filho, Bruno Rezende, convocado para o lugar de Ricardinho. “Ele não foi escolhido porque é meu filho, mas porque mostrou que é o que tem mais condições no Brasil. Ele que vai ajudar a equipe”, comentou.
Bruno mostrou-se surpreso com a decisão: “Estou surpreso pelo que aconteceu, mas estou preparado para fazer parte do grupo. Os jogadores me conhecem e vão me dar força”, disse.