"Não é mole, não. Libertadores virou obrigação". O canto que ecoou na arquibancada do Pacaembu nos dois primeiros jogos do São Paulo como mandante no Campeonato Paulista não é diferente da pressão que parte da torcida tem exercido sobre os jogadores também na Internet, às vésperas de um possível encontro com o Corinthians na competição sul-americana.
"Temos redes sociais, e a cobrança é sempre em cima desse dia 18", conta o volante Souza, referindo-se à data da estreia no torneio, após os dois próximos jogos no Campeonato Paulista – depois de enfrentar o Santos (na Vila Belmiro, nesta quarta-feira), a equipe visitará também o Bragantino, no sábado.
Mesmo sem ter certeza se o rival será o Corinthians, que define sua vaga nesta quarta-feira diante do colombiano Once Caldas, torcedores realmente têm se inflamado com essa possibilidade. Em quase todas as fotografias publicadas por Souza no Instagram, há nos comentários alguma lembrança de são-paulinos sobre o possível confronto.
"Vitória é obrigação", escreveu um torcedor, na mais recente postagem do volante, parafraseando o grito puxado pela principal organizada são-paulina nos últimos jogos. "Você, o Dória e o Centurión têm que jogar contra as galinhas", pede outro, usando apelido para se referir aos corintianos. Alertas que, às vezes, chegam a tirar o foco dos jogadores para os compromissos anteriores.
"Não dá para se desligar, mas também não dá para pensar nessa estreia antes dos dois jogos que temos (pelo Campeonato Paulista). Tem que saber conciliar. O foco total é no Santos agora, porque é uma equipe qualificada. Uma vitória pode nos dar muita confiança para um futuro bem próximo. Uma derrota pode tirar também então", comenta o camisa 5, que aceita comentários, mas não hesita em excluir de suas redes sociais aqueles que perdem a mão.
"Se a gente vence os jogos, eu leio. Se perde, eu nem olho. É óbvio que torcedor é feito de emoção, de momento. O mesmo que hoje te xinga, amanhã está te dando os parabéns, achando que você é o melhor. Tem que saber conciliar. Não pode ficar lendo coisas ruins, porque às vezes acaba influenciando. A gente apaga, bloqueia, e a vida continua", explicou, rindo.