As declarações do presidente do Internacional, Vitório Píffero, nesta quinta-feira geraram preocupações ao Superior Tribunal de Justiça Desportiva. Em entrevista à Rádio Bandeirantes RS, o presidente do STJD Ronaldo Piacente crê que a decisão do clube em não jogar a última rodada, se dizendo afetado pela tragédia envolvendo a Chapecoense, trata-se de uma manobra contra o rebaixamento.
Inicialmente o vice-presidente do Inter Fernando Carvalho havia expressado sua insatisfação com o adiamento da última rodada, dizendo que o Colorado foi prejudicado com a decisão da Confederação Brasileira de Futebol. Atual 17º colocado do Brasileirão, o clube agora vê no cancelamento do último compromisso do campeonato uma ótima oportunidade para evitar a queda para a Série B na justiça.
“Vejo como uma manifestação desesperada do presidente Píffero para não ser rebaixado. No tapetão, o Inter não vai ganhar. Só se tiver uma prova robusta que prova a irregularidade. Ninguém vai desmoralizar o tribunal e o campeonato. Futebol se ganha dentro de campo. Infelizmente, tem essa cultura do ‘jeitinho brasileiro’. Isso nós não podemos aceitar. Todo o final de campeonato é a mesma história. Isso é lamentável”, disse Piacente.
Após o posicionamento dos jogadores do Inter, que asseguraram não ter condições para entrar em campo contra o Fluminense na última rodada, Vitório Píffero seguiu a mesma linha, no entanto, afirmou não abrir mão da permanência na primeira divisão, uma vez que o Campeonato Brasileiro estaria incompleto.
“Isso está me parecendo uma tentativa do Inter para não ser rebaixado. Vou ficar muito atento quanto a isso. Se eu sentir alguma manobra, vou agira e punir o clube. Nós vamos agir assim para que ninguém se beneficie da tragédia dos outros”, completou o presidente do STJD.
O Internacional aposta sua permanência na Série A, além do possível cancelamento da última rodada do Brasileirão, comprovando que a escalação do zagueiro Victor Ramos, do Vitória, em 26 partidas aconteceu de maneira irregular. “O Inter disse que tem duas novas provas sobre o Victor Ramos. Ainda não recebi. Vamos analisar’, pontuou Ronaldo Piacente.
Resposta – Em entrevista à Rádio Gaúcha, Ibsen Pinheiro, diretor de futebol do Internacional, rechaçou qualquer possibilidade da existência de uma manobra para que o clube permaneça na elite do futebol. “Não posso imaginar que alguém identifique o Internacional pedindo uma manobra para fugir a resultados de campo. Isso não é compatível nem com a grandeza nem com a história do Internacional e também não é compatível com os fatos que ocorreram. Não é feio cair para a segunda divisão, feio é fazer manobra para não cair ou para voltar. Cair por mais triste que seja não é feio. Se ocorrer, fará dignamente”.