A festa ao estilo NBA que marcou a entrada do São Paulo no gramado do Morumbi acabou mexendo com a cabeça dos jogadores do São Paulo. Mesmo alertados pelo técnico Emerson Leão, que pediu seriedade na partida, os campeões paulistas mostraram um relaxamento incomum na temporada e acabaram derrotados pela Ponte Preta em sua própria festa: 2 a 1, de virada.
O time da Ponte foi o convidado que ninguém quer em sua festa. Fez macaquices aproveitando a embriaguez de alegria da zaga são-paulina, não deu bola para o título antecipado do Tricolor, carimbou as faixas do time de Emerson Leão e conseguiu um resultado importante para sua permanência na elite do Paulistão.
A vitória levou a equipe do técnico Vadão a 22 pontos, e praticamente garantiu a permanência da Macaca na elite do futebol paulista em 2006. Já o campeão paulista ficou com os mesmos 42 pontos, e colecionou sua segunda derrota na brilhante campanha realizada no Estadual. Agora, o Tricolor volta seu foco para a Libertadores da América, competição que é a grande obsessão da massa são-paulina. Na quarta-feira, dia 13, o Tricolor volta ao Morumbi para receber o Quilmes, da Argentina, e tentar recuperar a liderança do Grupo 3, atualmente ocupada pelo Universidad de Chile, com seis pontos, um a mais do que o São Paulo.
Pelo Paulistão, a equipe volta a campo no domingo, para encerrar sua participação na competição diante do Mogi Mirim, em Mogi. A Ponte Preta tentará garantir matematicamente a permanência na elite paulista diante do Santo André, no Moisés Lucarelli, também no domingo.
O jogo: O São Paulo começou a partida mostrando porque é o campeão antecipado, e logo a um minuto, teve chance clara de abrir o placar. Luizão aproveitou bobeada da zaga e serviu para Tardelli, mas o artilheiro tricolor deu um toquinho a mais na bola e não conseguiu finalizar da maneira que desejava, perdendo o gol.
Ameaçada pelo rebaixamento, a Ponte Preta também entrou em campo disposta, e fez o papel do convidado mal educado aos quatro minutos, com Roger obrigando o goleirão Rogério Ceni a realizar duas excelentes intervenções no mesmo lance.
Como quem manda na festa é o dono da casa, o Tricolor respondeu à insolência da Macaca com um golaço. Rogério Ceni lançou para Cicinho, que recebeu falta. Na cobrança, o lateral foi rápido e achou Luizão. O substituto de Grafite, que neste sábado completou seu 500º jogo como profissional, dominou e fuzilou o goleiro Lauro, abrindo o placar e desencadeando novamente os gritos de “é campeão” da galera tricolor.
Embriagados com tanta alegria, os defensores do Tricolor marcaram bobeira aos 14 minutos, pediram impedimento, que não existiu, e observaram o chute de Bruno encontrar o atacante Roger, livre na pequena área para empatar a partida: 1 a 1. O gol animou o convidado campineiro, que criou duas boas oportunidades para virar o jogo, com Bruno, aos 19 e com Harison, aos 25, e a situação são-paulina só não se complicou porque o capitão Rogério Ceni fez boas intervenções.
Aos 33 minutos, insatisfeita com a produção do DJ Souza, escolhido de Leão para substituir Danilo, a torcida são-paulina passou a pedir por Falcão, xodó desde que trocou o futsal pela equipe do Morumbi, mas pouco aproveitado até o momento por Leão, para mudar o ritmo da festa, mas não seduziu o treinador.
No minuto final do primeiro tempo, Roger, mais uma vez, colocou água no chope são-paulino, e marcou seu segundo gol no jogo, provocando a ira de Rogério Ceni e do técnico Emerson Leão, que queriam o impedimento.
A festa é da penetra: Sem Júnior e Mineiro, que deram lugar a Fábio Santos e Jean, o São Paulo voltou para o segundo tempo dando a impressão que voltaria a comandar a festa, e chegou perto do empate aos três minutos, em cobrança de falta de Luizão. Foi só impressão, pois, mesmo empurrado pelo torcida, o time não se encontrou, e a Ponte continuou impertinente, escolhendo as músicas da festa.
Aos sete minutos, por pouco não ampliou sua vantagem, em chute forte do lateral Rissut, que Rogério Ceni desviou para a linha de fundo. Luizão era o único são-paulino que ainda mostrava algum ritmo, e por pouco não foi premiado com outro gol aos 24 minutos, após invadir a área e encher o pé, para excelente defesa do goleiro Lauro.
Seis minutos mais tarde, a torcida voltou a aplaudir o time, assim que Leão tirou Souza, que parecia nem estar em campo, para a entrada do adorado Falcão. Vadão também mexeu, e sacou o ex-tricolor Harison para a entrada de Luciano Baiano. O melhor do mundo no futsal entrou bem no jogo e fez boas jogadas, mas o São Paulo não estava mesmo no ritmo da festa, e acabou deixando o penetra deixar o Morumbi com a vitória: 2 a 1. O Tricolor jogou mal e deixou o campo derrotado, mas saiu de campo da melhor maneira possível, ouvindo os gritos de ‘é campeão, é campeão’.