O presidente Arnaldo Tirone dobrará o prêmio dado pela vitória sobre o São Paulo, neste domingo, no Pacaembu. Mas Emerson Leão não consegue imaginar que o Palmeiras tenha motivação maior em campo devido ao aspecto financeiro. O técnico acredita que o incentivo esportivo do Tricolor em ir à Libertadores prevalecerá.
“Todo presidente tem a liberação e interesses próprios. Aqui, fizemos ao contrário. Não fizemos a individualização de um jogo. Temos um objetivo de coisas maiores e corremos atrás”, afirmou o treinador, que já no último fim de semana dizia que torceria para o arquirrival vencer o Bahia e chegar ao Choque-Rei sem chances de ser rebaixado – como ocorreu.
Leão admite a necessidade de um bicho maior como motivação, mas o treinador, um dos ídolos do Palmeiras por seu desempenho como goleiro nos anos 1970 e 1980, pede que a histórica desavença entre os adversários de domingo mantenha-se no bom senso. “No domingo, é outra coisa. Até lá, muita coisa vai ser falada. Compete aos dois clubes não alimentar a rivalidade de forma errada.”
Da sua parte, o ex-goleiro quer que sua equipe retome uma confiança de clube grande que é. Na visão de Leão, o Campeonato Brasileiro está imprevisível porque os principais times não são tão ambiciosos. “É impossível o São Paulo ganhar dois clássicos?! Não”, falou o técnico, que ainda enfrentará o Santos na última rodada.
“O Campeonato Brasileiro está nivelado por condutas diferentes. As rotinas de vitórias poderiam ser maiores. Se um clube fala que pode vencer cinco partidas seguidas, já fazem ‘oh” [interjeição de espanto], mas antes isso era rotina. As grandes equipes têm que voltar a essas rotinas”, cobrou o chefe.
Para enfrentar o Palmeiras, Leão comemora a semana de treinamento que terá. Só assim, ele considera possível sair vencedor de um torneio ou de um enfrentamento contra outra equipe tradicional. “O objetivo de um grande clube é ser maior que os outros. Às vezes, você não se prepara e quer ser maior. Isso não dá certo”, opinou.