Nesta quarta-feira, o Palmeiras, clube com mais títulos nacionais na história do futebol brasileiro, completa 101 anos e Paulo Nobre comemora particularmente o que considera uma “reversão de tendência negativa”. Mas o presidente, que segue no cargo até o final do ano que vem sem mais nenhuma possibilidade de reeleição, ainda busca um título de primeira divisão no futebol para consagrar sua administração.
“No meio do futebol, se o jogador chuta, a bola pega na trave e entra, a gestão fez sucesso. Se ela pega na trave e sai, a gestão falhou. No fundo, é praticamente o mesmo chute. Mas existe uma realidade que a bola não entrou ainda. Ou seja, temos ainda muito o que fazer”, disse o dirigente, em seu segundo mandato à frente do clube – no primeiro, conquistou a Série B em 2013 e quase caiu no Brasileiro de 2014.
O clube, porém, foi quem mais contratou na temporada do futebol brasileiro (25 jogadores) em 2015 e arrecada mais de R$ 50 milhões anuais com patrocinadores em sua camisa. “Não tenho dúvida nenhuma de que revertemos toda a tendência negativa que o Palmeiras teve nos últimos tempos e, hoje, o Palmeiras está embicado para cima, para onde todos queremos que o clube chegue”, comemorou Nobre.
Se o título ainda não veio, o presidente aponta como vitórias o crescimento no número de sócios-torcedores e o sucesso da TV Palmeiras e do aplicativo oficial do clube. “Hoje, a receita que provém do Avanti é compatível a dois patrocínios máster”, indicou, ressaltando que “quebrou paradigmas” em sua administração e teve “vontade política”.
“Perseverar é fundamental. Aguentar críticas e não desistir, sem isso não se vai a lugar nenhum. Os cães ladram, mas a caravana passa. Não nos preocupamos em ter uma gestão popular, só com nossa obrigação de entregar para o futuro presidente um Palmeiras melhor do que o Palmeiras que recebemos. Para cada 20 nãos, falávamos um sim”, afirmou Nobre, sempre se negando a admitir qualquer decisão “populista”.
Na última segunda-feira, no jantar de celebração do aniversário do Palmeiras, o presidente não poupou críticas a Arnaldo Tirone, seu antecessor e presente na festa. “Os dirigentes vão, a instituição fica e, com ela, todas as dívidas geradas por seus comandantes. Foi muito triste a situação que encontramos o Palmeiras em janeiro de 2013. Mas, muito maior do que a tristeza, foi o trabalho que toda essa diretoria teve na reconstrução da imagem do Palmeiras no mercado”, discursou, otimista.
“Mais um ano se passou e um novo século se inicia na vida da Sociedade Esportiva Palmeiras. O Palmeiras tem que voltar a ser escrito com todas as letras maiúsculas, como sempre foi nos primeiros 100 anos. Convoco todos os 20 milhões de palmeirenses espalhados pelo Brasil e pelo mundo. Que arregacem suas mangas, pois temos muito trabalho ainda pela frente”, falou Paulo Nobre.