Mais uma vez, Brasil e Uruguai tiveram de disputar nos pênaltis a vaga na final da Copa América. E, assim como há três anos no Peru, os brasileiros levaram a melhor e garantiram presença na decisão ao vencer por 5 a 4, após empate por 2 a 2 no tempo normal.
Robinho abriu as cobranças e converteu. Na seqüência, Forlan bateu no meio e Doni defendeu com os pés. Depois, Juan fez o seu, assim como Scotti, Gilberto Silva e Gonzalez. Afonso, porém, mandou na trave e Cristhian Rodriguez deixou tudo igual. Diego e Abreu converteram os últimos pênaltis da primeira série.
Nas alternadas, Fernando acabou acertando a trave direita. Por sorte, García fez o mesmo e mandou no poste esquerdo de Doni. Aí foi a vez de Gilberto ir para a bola e estufar as redes. E, com o erro de Lugano, o Brasil ficou com a vaga.
A igualdade mantém o equilíbrio do clássico em jogos válidos pela competição continental – agora são 26 encontros, com oito empates e nove vitórias de cada lado. No geral, porém, a vantagem é verde e amarela: 31 vitórias, 19 empates e 20 derrotas. Na decisão, o Brasil encara o vencedor do encontro desta quarta-feira entre México e Argentina.
A partida foi marcada pelo respeito de ambos os lados e a falta de chutes a gol. Os brasileiros ficaram duas vezes à frente do placar ainda no primeiro tempo, mas não conseguiu se impor como na goleada sobre o Chile e permitiu a reação dos uruguaios na segunda etapa.
O jogo começou em ritmo lento, principalmente quando a bola estava nos pés dos uruguaios. Os brasileiros até tentavam imprimir alguma velocidade, mas era na base das esticadas longas e imprecisas. Impreciso, aliás, foi o chute de Mineiro aos oito minutos, quando pegou um rebote na entrada da área e isolou por cima do travessão.
No entanto, não demorou muito para a seleção comandada por Dunga furar a retranca rival. Aos 12, Julio Baptista cruzou da direita, Vagner Love fez o corta-luz e Mineiro apareceu para chutar em cima de Carini. Na sobra, Maicon bateu de primeira e abriu o placar.
Pouco depois, parte dos refletores do estádio apagou e a bola só voltou a rolar após 13 minutos, mesmo sem toda a iluminação ter sido restabelecida. A paralisação acabou ajudando o Uruguai a esfriar o Brasil e, com isso, freqüentar mais o campo de ataque, embora não conseguisse finalizar.
A seleção canarinho voltou a arriscar contra o gol de Carini aos 38 minutos, em cobrança de falta de Julio Baptista que passou sem perigo à direita da meta. A resposta da Celeste veio aos 40, quando Forlan aproveitou a boa jogada de Recoba e encheu o pé para a excelente defesa de Doni.
O goleiro brasileiro voltou a trabalhar dois minutos depois, quando Recoba recebeu passe da direita e bateu de primeira. Aos 48, porém, não teve jeito. Após cobrança de escanteio, Doni afastou para a entrada da área e Forlan, sozinho, fuzilou no canto direito baixo.
O time de Oscar Tabárez era melhor em campo desde o apagão dos refletores e passou todo o primeiro tempo alçando bola na área e explorando a velocidade de Forlán. Mas, ainda antes do intervalo, a sorte sorriu para o Brasil. Aos 53, Maicon cobrou falta da direita e a bola tocou em Julio Baptista antes de entrar.
Para a segunda etapa, o Uruguai veio com duas alterações: Abreu no lugar de Darío Rodriguez e Gonzalez na vaga de Recoba, que sentiu contusão. Já o Brasil voltou a campo com a mesma formação do primeiro tempo.
A posse de bola era praticamente toda dos brasileiros. Mas, apesar de ter maior presença ofensiva, a seleção não conseguia envolver a defesa adversária e nem arriscava chutes de longa distância. Assim, tanto Doni quanto Carini passaram um bom tempo como meros espectadores.
O jogo só voltou a ter emoção aos 25 minutos. E foi quando o Uruguai chegou ao empate. Cristhian Rodriguez cruzou da esquerda, Forlan desviou de cabeça e Abreu entrou de carrinho junto ao segundo pau e a bola ainda pegou em Doni antes de morrer no fundo das redes.
Dunga, então, resolveu mexer na equipe colocando Diego no lugar de Julio Baptista e Fernando no lugar de Josué. Mais tarde, apostou na entrada de Afonso na vaga de Vagner Love, mas as alterações não mudaram o panorama da partida.
O time brasileiro continuava sendo presa fácil para a defesa uruguaia e ainda corria riscos nos contra-ataques. No entanto, a equipe uruguaia também não se arriscava muito e parecia satisfeita com o empate.