O Grêmio perdeu por 1 a 0 para o 15 de Novembro, na noite desta quarta-feira, na primeira partida entre ambos pela segunda fase da Copa do Brasil. A partida foi realizada na cidade de Campo Bom e, com o resultado, o Tricolor fica obrigado a vencer o segundo confronto, em Porto Alegre, no dia 23 (quinta-feira), para seguir vivo na competição.
“COVARDE”
O técnico Mano Menezes, do Grêmio, considerou a atuação do árbitro Francisco Silva Neto como determinante do fracasso da equipe nesta quarta-feira.
Sem esconder sua revolta, Mano usou palavras fortes para fazer sua crítica: “O árbitro foi covarde, se escondeu atrás do apito e não aplicou a regra”. O motivo principal da reclamação foi o gol do 15, o único da partida, ocorrido aos 2min do primeiro tempo. Leia mais
O vencedor desta chave regional gaúcha terá pela frente, na próxima fase, o classificado do duelo entre o Atlético-PR e o Volta Redonda. O Grêmio, que é o maior vencedor da Copa, já a tendo conquistado nas edições de 1989, 1993, 1997 e 2001, busca o penta, enquanto o 15 de Novembro teve seu melhor desempenho em 2004, quando chegou às semifinais. Acabou eliminado pelo Santo André, que ficou com o título.
O curioso é que o treinador do 15, naquele seu momento de maior destaque no cenário nacional, era Mano Menezes, que hoje comanda o Grêmio. Mano esperava que seu time vencesse por dois gols de diferença, nesse primeiro jogo, pois assim se garantiria nas oitavas-de-finais sem necessidade da segunda partida. Deu tudo errado.
O jogo
Logo no segundo minuto de jogo, a confusão. Numa falta cobrada da esquerda, ataque do 15, a bola foi desviada de cabeça no primeiro pau e acabou na pequena área gremista, bateu em Rudinei, desviou no volante gremista Lucas e foi para o fundo da meta. Gol. O árbitro, inseguro, primeiro foi consultar o seu auxiliar, desconfiando de irregularidade. A bola, desconfiou Francisco Silva Neto, teria sido impulsionada pelo atacante com a mão, antes de entrar.
Mas o 1 a 0 foi justamente confirmado, mas causou revolta nos jogadores do Grêmio, o que decretou bem cedo um clima de nervosismo no confronto. O pequeno estádio Sady Schmidt – capacidade para 3.000 pessoas, e lotado -, com torcedores na tela, próximos aos atletas, fazia aumentar a tensão.
O Grêmio tentava reagir, mesmo que avançando de forma desordenada, mas o time dono da casa era mais objetivo, e aos 22min poderia ter ampliado, em contra-ataque que resultou em cruzamento da direita. Dauri, dentro da área, chegou um pouco atrasado e perdeu a chance de ampliar.
O jogo era uma correria só. O Tricolor, antes apontado como favorito, se complicava e aos 27min João Henrique, aproveitando um rebote da zaga, ficou só, na frente da meta adversária e bateu por cima, desperdiçando outra oportunidade clara de fazer o segundo gol.
As tentativas gremistas não passavam de chutões para dentro da área, invariavelmente aliviados pelos zagueiros inimigos, ou então a bola passava direto, de um lado para outro, sem perigo para o goleiro Márcio.
Para piorar a situação do Grêmio, o centroavante Ricardinho, aos 41min, sentiu dor na coxa e teve de deixar o gramado, substituído pelo argentino Herrera. Nada que mudasse o panorama do jogo naquele final do primeiro tempo.
No intervalo, os jogadores do Tricolor reclamaram de irregularidade no único gol da primeira etapa. “Ele apitou, anulou o lance, e depois voltou atrás”, resumiu o técnico Mano Menezes, que mesmo assim não absolveu seus atletas pela inferioridade no placar: “Apesar do erro, estamos perdendo porque estamos jogando menos”.
Recomeçada a partida, o Grêmio se mostrou mais ambicioso. Se posicionou mais à frente, decidido a buscar a reversão do placar, mesmo que tivesse de correr riscos em contra-ataques. A iniciativa resultou numa pressão que fez prever a possibilidade de o empate sair logo.
Mas, aos 14, foi o time de Campo Bom quem, outra vez, teve chance clara. Dauri entrou na grande área a dribles e encostou para Bebeto. Esse, sem marcação, bateu errado, de pé esquerdo, por cima, no lance em que poderia liquidar com o adversário.
O Grêmio, que já perdera um atleta por lesão, no primeiro tempo, teve de assimilar a perda do volante Jeovânio, aos 20 do segundo, por lesão muscular. Entrou Nunes, mudança que complicava ainda mais o trabalho do técnico Mano Menezes, que diante das trocas obrigatórias perdia oportunidades de tentar fazer alterações ofensivas, para buscar o empate.
E o 15, ignorando os problemas do adversário, seguia incomodando em esporádicas avançadas. Aos 25, por exemplo, Dauri, que fazia ótima apresentação, driblou Evaldo e chutou forte, obrigando Galatto à defesa. Naquele momento, entretanto, o time tricolor reagiu rápido e, nessa reação, no minuto seguinte, o meia Marcelo Costa bateu forte, mirando a meta, mas a bola desviou na zaga e acertou o travessão de Márcio.
Na noite quente de Campo Bom, com temperatura próxima aos 30 graus, os times pareciam extenuados nos instantes finais e o ritmo diminuiu. Bom para a equipe da casa, que garantiu a vitória – mesmo que tenha ficado com um a menos, pois o lateral-direito Cadu foi expulso aos 42 – e vai para o segundo confronto, na próxima semana, podendo empatar para seguir na Copa.