Decepcionante. Esse é o momento vivido pelo Grêmio. O time tinha tudo para ganhar ânimo na 12ª rodada do Campeonato Brasileiro. Jogava em casa, teve uma semana para treinar e tinha como adversário nesta quarta-feira um habitante usual da zona de rebaixamento, o América-MG. Mesmo que tudo parecesse conspirar a favor, o resultado não passou de um broxante 1 a 1.
A conseqüência é queda para a 14ª colocação na tabela e a aproximação da zona de rebaixamento. Ao término dos 90 minutos, dois pontos separam o Tricolor do Bahia, o primeiro rebaixável no momento. O Coelho segue em 18º e consegue um pouco mais de confiança após a goleada sofrida para o Ceará, na estreia do técnico Antônio Lopes.
O pior de tudo que ocorreu no Olímpico foi a atuação pouco convincente. Em quatro jogos, o treinador Júlio Camargo não conseguiu achar uma formação ideal e pena para fazer seu time ser superior ao oponente. O objetivo de conquistar todos os pontos em frente à torcida daqui para frente se esfarelou logo na primeira partida.
Com dois times com pouca força ofensiva, os gols saíram na bola parada. O jogo começou com os visitantes em vantagem, com Willian Rocha, aos 15 minutos do primeiro tempo, após cruzamento em cobrança de falta. A bola na rede de Miralles nasceu no mesmo tipo de jogada, na etapa final. O argentino, entretanto, estragou a sua noite sendo expulso minutos depois.
No sábado, o Grêmio reencontrará Ronaldinho Gaúcho em jogo contra o Flamengo, no Rio de Janeiro. No domingo, o America-MG enfrenta o Coritiba, em casa.
O jogo – Posicionados na parte de baixo da tabela e com poucos gols marcados na competição, Grêmio e América-MG desenharam uma partida feia e com muitos borrões, principalmente nas finalizações do time gremista. No primeiro tempo, o Coelho aproveitou a oportunidade que apareceu. Em cobrança de falta, aos 15 minutos, Victor, em seu jogo de número 200 pelo clube, titubeou para sair, Willian Rocha desviou para dentro do gol, encobrindo o goleiro.
A estratégia do técnico Júlio Camargo não funcionou. Sem Gabriel, ele colocou o zagueiro Saimon na lateral direita, com Lúcio apagado do outro lado, o Tricolor tentava costurar por dentro, facilitando o trabalho defensivo no 3-5-2 dos mineiros. Quando os donos da casa conseguiram criar, Neneca apareceu bem. Primeiro em lance de Mário Fernandes e, na sequência, em finalização de Miralles.
A vantagem e a irritação dos torcedores no Olímpico tornavam o ambiente mais confortável para o América. O time esperava um novo erro do oponente. Enquanto ele não aparecia, os visitantes não se constrangiam em cometer faltas para dificultar o avanço territorial do Grêmio.
Com Mário Fernandes indo para o lado e Saimon sendo deslocado para o miolo defensivo, os gaúchos conseguiram abrir mais o campo e penetrar mais na defesa americana seja pela lateral ou em tramas por dentro. Os espaços começaram a aparecer. Faltou precisão no chute. Escudero e André Lima desperdiçaram oportunidades livres dentro da área. Douglas, da meia lua, arrematou raspando a trave.
A produção do Tricolor não mudou no começo do segundo tempo. Tanto que com 10 minutos, Douglas cedeu lugar para Leandro. Até então, uma falta cobrada por Fábio Rochemback e um chute da intermediária de Escudero eram os lances ofensivos.
Se sem seu camisa 10, o Grêmio não tinha um pensador em campo, mas passou a agredir com maior constância. Cinco minutos após a troca, Miralles desviou de calcanhar depois da cobrança de falta, empatando o jogo e amenizando os ânimos nas arquibancadas.
A expulsão de Miralles, aos 26 minutos, travou um pouco do ímpeto gremista. Mesmo assim, Mário Fernandes viu Neneca salvar seu arremate. A vantagem numérica fez o América conseguir garantir um ponto como visitante, o que não ocorria desde a quarta rodada.