O técnico Luiz Felipe Scolari está pronto para encarar um time especial em sua carreira, o Grêmio, do qual é torcedor declarado. Mas o comandante do Palmeiras garante que a identificação com o Tricolor gaúcho não atrapalha seu trabalho e, como exemplo, garante que não teria problemas em dirigir rivais dos times em que é ídolo. "Não tem nenhum time que eu não treinaria. Se pagar bem, eu treino. O Corinthians é um grande time. Por que eu não treinaria? A rivalidade é do torcedor, e não minha. Tenho ambiente muito bom também no Corinthians. Treinaria São Paulo, Taubaté, Juventus, Ituano do Juninho…", afirmou.
Felipão ainda explicou que não pensou em assumir o Internacional no ano passado porque o Colorado estava obcecado para ganhar a Copa Libertadores da América. Na época em que acertou seu retorno ao Verdão, o técnico recebeu assédio também do clube gaúcho, que estava classificado para as fases finais do torneio continental. "Eu trabalharia no Inter, até porque lá não teria problema algum, já que não sou torcedor e não teria dificuldade maior no sentido de mostrar. Quando fui consultado no ano passado, era uma coisa diferente, porque o Inter queria ser campeão da Libertadores de todo jeito. Eu seria visto como um gremista assumindo o Inter. Se não conseguisse ganhar, teria de responder a algumas perguntas. Preferi não assumir naquela situação. Neste momento, seria diferente", comentou.
Com contrato no Palmeiras até o fim de 2012, Felipão dirige sua equipe na noite de sábado, diante do Grêmio, no Canindé, pelo Campeonato Brasileiro. O treinador, inclusive, reconhece sentir uma cobrança maior quando enfrenta seu ex-clube. "Não tem nada diferente. Mas nunca escondi que, como grande torcedor do Grêmio, é sempre pior enfrentá-los do que o Inter. Sempre tenho de ganhar deles para mostrar que não tem nada a ver. Se tiver derrota, vou ser cobrado. Se ganhar, é o trabalho normal", comentou.
Mesmo falando abertamente sobre treinar outras equipes, Felipão garante que seu pensamento neste momento está só no Palmeiras. "Não tenho uma ideia de treinar o Grêmio hoje. Minha intenção é pensar no Palmeiras e pronto, não posso dizer que vou treinar esse ou aquele. As coisas vão acontecer… Tenho contrato até 2012 com o Palmeiras. Depois, talvez permaneça em São Paulo, não sei. Se recebesse um convite do Grêmio para voltar ao Estado, seria espetacular, mas não sei", afirmou.
Felipão, então, seguiu para o bom humor ao falar sobre uma possível volta ao Chelsea, no qual já trabalhou rapidamente. "No Chelsea está difícil", sorriu, enquanto se levantava da mesa de entrevistas, para completar. "Mas eu treinaria", riu.