Em contagem regressiva para começar a decidir o título da Copa do Brasil diante do Santos, o Palmeiras entrou em campo para encarar o Cruzeiro na tentativa de aumentar o ânimo antes de descer a serra em direção ao litoral. Porém, demonstrando clara falta de entrosamento, a equipe demorou para se encontrar em campo e não passou do empate em 1 a 1, conseguido graças ao gol de Barrios, que entrou no segundo tempo.
Depois de um primeiro tempo fraco em criatividade e chances de gols, o Palmeiras evoluiu com a entrada dos jogadores que são considerados titulares, como Gabriel Jesus e Barrios. A entrada de Vitor Hugo no lugar de Nathan, que disputou apenas a sua terceira partida no ano, também deu mais consistência à zaga. O Verdão tentou recuperar o tempo perdido na etapa final ao exercer pressão sobre o Cruzeiro, mas ficou com um gosto de quero mais ao tropeçar em casa.
O empate elevou o time em uma colocação na tabela, mas, ainda assim, a briga pelo G4 parece distante. Com 50 pontos, o time está a seis do São Paulo, primeira equipe no grupo dos quatro primeiros, e pode ver a diferença crescer ainda mais ao final da 36ª rodada. O Cruzeiro, por sua vez, não se abala pelo resultado, já que segue na sétima posição, com 52 pontos, e mantém intacta sua sequência de 12 jogos sem derrota.
Contando os dias para a primeira final da Copa do Brasil, diante do Santos, o Palmeiras entrou em campo neste sábado a fim de encerrar a sequência ruim no Brasileiro. Com uma formação mista por conta da decisão do meio de semana, a equipe teve dificuldade em se entender nos minutos iniciais. A falta de comunicação perdurou durante o jogo, seja em maior ou menor escala.
Os primeiros esboços do Verdão no campo de ataque surgiram pelas laterais. Ora com Egídio ora com João Pedro, a equipe tentava ganhar espaço no setor ofensivo, mas esbarrava na boa marcação do Cruzeiro. O primeiro chute a gol saiu aos cinco minutos, com Allione, que arriscou da intermediária e viu a bola passar a direita de Fábio.
O Cruzeiro respondeu rápido e, aos oito, após vacilo de Nathan – que errou o passe no campo de defesa-, De Arrascaeta puxou contragolpe pela direita e serviu Marcus Vinícius, que chegou batendo de primeira, mas errou o alvo. Aos 14 minutos, foi a vez de Kelvin lamentar a pontaria ao arriscar da entrada da área e ver a bola sofrer desvio.
Mesmo diante de um adversário destemido, o Palmeiras não abdicou de atacar, o que tornou o jogo franco. Aproveitando espaços na marcação e erros no toque de bola, o Cruzeiro levou perigo ao gol alviverde em três oportunidades antes de abrir o placar. Em uma delas, Prass saiu nos pés do volante Cabral para evitar o gol.
Aos 20 minutos, no entanto, o goleiro não pôde evitar a bola na rede. Em nova chegada pelo lado do campo, Marcos Vinícius recebeu cruzamento dentro da área e aproveitou o vacilo de João Pedro na marcação para dominar, escolher o canto, e abrir o placar para o time mineiro, que quase aumentou cinco minutos depois em lance parecido de Willian.
Aos 33 o mesmo Willian perdeu nova chance de ampliar o marcador. Após passe da esquerda, o atacante ficou cara a cara com Prass, que permaneceu imóvel e conseguiu praticar a defesa, evitando uma desvantagem maior. A demora na transição de bola facilitava a tarefa do time mineiro, que antecipou a marcação e se manteve no campo de ataque durante boa parte do tempo.
Sem criação no meio-campo, o Verdão seguiu apostando sem sucesso nos cruzamentos. Em um dos raros momentos, João Pedro infiltrou pelo meio e lançou Cristaldo dentro da área. O argentino ganhou na corrida e chutou cruzado, mas exagerou na força e viu a bola passar por cima do travessão. Já nos últimos minutos, outro argentino – Allione – teve chance de marcar, mas errou a cabeçada.
Depois de deixar o campo sob as vaias da torcida, que ecoaram mais que os gritos de incentivo no intervalo, o Palmeiras voltou a campo com a mesma formação, mas tentando impor outra postura. Apesar de uma maior agilidade no toque de bola, o Verdão seguiu errando passes e deixando muito espaço para o adversário. Não a toa que, antes dos 15 minutos da etapa final, Marcelo Oliveira lançou mão de Gabriel Jesus, que substituiu Allione, e Barrios, que entrou no lugar de Cristaldo.
A troca alterou a estrutura tática do time. Com Gabriel Jesus em campo, após período com a Seleção olímpica, a equipe ajustou a marcação no setor esquerdo, transferindo Mouche para o centro do campo. Mesmo com apelo mais ofensivo, a formação não abandonou o 4-2-3-1 que Marcelo tem adotado desde sua chegada, e a partida ficou mais equilibrada em comparação à reta final do primeiro tempo, quando o Cruzeiro passou a maior parte do tempo pressionando.
Cerca de dez minutos foi o tempo que demorou para a mudança fazer efeito. Após cavar uma falta em seu primeiro toque na bola, Barrios empatou o jogo aos 25 minutos. De volta após a parada para as Eliminatórias, em que foi determinante para a vitória do Paraguai diante da Bolívia, o atacante subiu mais alto que a zaga para desviar o cruzamento de Egídio na direção do gol, igualando o marcador.
Obrigado a mudar de planos ao trocar a entrada de Dudu no ataque pela de Vitor Hugo na defesa, abrindo mão de Nathan – que disputou apenas sua terceira partida no ano -, Marcelo Oliveira e sua comissão técnica ficaram alertas ao verem o volante Thiago Santos caído após disputar bola no campo de defesa. No entanto, o choque não passou de um susto e o atleta voltou para a reta final, em que o Palmeiras dominou a maior parte das ações.
Já no fim do jogo, Lucas Barrios teve a oportunidade de conseguir a virada, mas acabou se atrapalhando com Gabriel Jesus e ambos perderam a posse da bola. Se tentava a vitória para arrumar uma motivação a mais para ir à Baixada Santista, agora o Palmeiras descerá a serra no fim de semana em busca da redenção, já que não vence desde o dia 28 de outubro, em jogo ante o Fluminense, pela Copa do Brasil.