Pela primeira vez em seus 103 anos de história o Operário, de Ponta Grossa, conquistou o título do Campeonato Paranaense. O Fantasma aterrorizou o Coritiba em pleno Estádio Couto Pereira e venceu por 3 a 0, mostrando um time bem organizado e com os nervos no lugar. No primeiro confronto, no Estádio Germano Krüger, o time alvinegro já havia vencido por 2 a 0.
Na primeira etapa, um começo com muita correria, mas logo o Alviverde se mostrou nervoso, caindo na catimba adversária e sem força para criar chances reais para marcar. Após o intervalo, o Coxa foi para o ataque, mas deixou espaço e Lucas, aos 11 minutos, aproveitou para fazer a jogada e cruzar para Juba abrir o placar. Ruy, aos 30 minutos, fez o segundo diante de um torcedor incrédulo. Juba, aos 33 minutos garantiu a conquista de forma incontestável.
O Coritiba agora foca seus esforços na Copa do Brasil, competição pela qual encara o Fortaleza, na quarta-feira, e o Campeonato Brasileiro, com estreia marcada para o próximo final de semana, diante do Chapecoense. Já o Operário, com a grande campanha no Estadual, garantiu calendário com a disputa da Série D do Brasileirão.
O jogo – Após uma semana de mistério pelos dois lados, as escalações mostraram, no entanto, o que todos já esperavam: artilheiros em campo. Pelo lado alviverde, Rafhael Lucas, recuperado de lesão, reapareceu para a decisão. No Operário, Douglas, que cumpriu suspensão e momentos antes da partida sentiu um leve desconforto muscular, também foi para o jogo. Com a bola rolando, aos dois minutos, o time de Ponta Grossa já teve uma boa cobrança de falta na lateral da área que Sosa testou para fora.
O Operário marcava forte e apostava no contra-ataque. Aos quatro minutos, lançamento em velocidade para a ofensiva alvinegra e Vaná precisou deixar a meta para afastar no último momento, assustando o torcedor. Aos poucos o Coxa tentava se soltar. Aos seis minutos, Rafael Lucas partiu em velocidade e foi travado no momento do arremate. O troco quase foi fatal. Vaná saiu mal do gol e Douglas Mendes, sozinho, sem goleiro, cabeceou por cima da meta. A arbitragem, no entanto, parou o lance para marcar uma falta.
O emocional do Coritiba começou a pesar novamente aos 17 minutos, com entrada violenta de Negueba sobre o goleiro Jonathan, que ficou barata com um cartão amarelo. Aos 23 minutos, Norberto recebeu na entrada da área, abriu espaço e fuzilou para fora, quebrando um pouco da monotonia da partida naquele momento. Após trombada, Jonathan ficou no chão e os jogadores do Coxa partiram para cima do jogador reclamando de cera. Na devolução da bola, não houve fair play.
O torcedor começava a ficar impaciente e os 4 mil que que ocupavam o espaço reservado para os visitantes já cantavam mais do que o restante do estádio. Aos 35 minutos, Ruy recebeu, girou o corpo e bateu prensado, ganhando o escanteio. Aos 39 minutos, Norberto levantou e Wellington Paulista desviou para defesa do goleiro.
Para a segunda etapa, as equipes voltaram sem alterações. Aos dois minutos, Rafhael Lucas recebeu na pequena área e foi travado por Jonathan, que saiu com precisão para salvar. Os donos da casa voltaram mais ligados e tentavam pressionar. O técnico Marquinhos Santos rapidamente mexeu no time para tentar aumentar o poder ofensivo, colocando Keirrison e Wallyson nos lugares de Welinton e João Paulo.
O goleiro Jonathan salvou o Fantasma, aos nove minutos, cm duas grandes defesas em duas tentativas em sequência de Wallyson, que entrou na área fuzilando. O banho de agua fria veio aos 11 minutos. Lucas escapou pelo lado esquerdo da área e cruzou para Juba desviar para as redes e abrir o placar. Aos 17 minutos, Negueba apareceu na área para desviar cobrança de falta e Jonathan defendeu.
Desorganizado em campo, o Coritiba ia para o desespero. Aos 19 minutos, Wallyson cobrou falta, a bola passou por todo mundo e quase entrou no cantinho. O torcedor coxa-branca, sem ver alternativa, começou a deixar o Alto da Glória. No contra-ataque, aos 29 minutos, Joelson recebeu, levantou a cabeça e mirou o ângulo, errando por pouco. Mas, aos 30 minutos, Ruy recebeu com liberdade e tocou na saída de Vaná para fazer o segundo e ser aplaudido por todo o estádio.
Nas sociais do Couto Pereira, a pressão era forte sobre o técnico Marquinhos Santos. Enquanto isso, aos 33 minutos, Ruy carimbou a trave e Juba, no rebote, fez o terceiro, recebendo os aplausos irônicos das arquibancadas. Wallyson quase descontou, os 40 minutos, mas Jonathan mais uma vez defendeu. O placar seguiu inalterado até o final e o apito final do jogo foi só o ponto de partida para uma festa que promete parar Ponta Grossa.