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Corinthians perde a primeira no paulistão

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O dia em que a cidade de São Paulo festejou seu 460º aniversário foi para ser esquecido pelos corintianos. Muitos dos quase 13 mil pagantes no Pacaembu neste sábado acordaram cedo para ver o time ser derrotado, de manhã, para o Santos, a final da Copa São Paulo de Futebol Júnior. Nesta noite, os comandados de Mano Menezes completaram o frustrante feriado perdendo por 1 a 0 para o São Bernardo.

O clube do ABC manteve seus 100% de aproveitamento no Campeonato Paulista marcando gol logo aos dois minutos de jogo, com Erick Flores. Até o apito final, o que se viu foi o Timão, que iniciou a partida cheio de volantes, sofrendo com a falta de inspiração dos escalados por seu técnico e torcedores vaiando, cansados pelas, mais uma vez, inúteis apostas em Ibson e Alexandro Pato.

No jogo de sua volta ao Pacaembu sob o comando corintiano – não ficava à frente do time no estádio desde 2010 –, Mano foi tentando corrigir seu rigor defensivo e as escalações de Ibson e Pato ao longo do segundo tempo, mas o momento de maior perigo, curiosamente, foi com o próprio Pato, que acertou a trave em seu único chute, aos 14 minutos da etapa final.

Com seis pontos em três rodadas, o Timão divide a liderança do grupo B do Paulistão com o Botafogo, mas atrás nos critérios de desempate. A equipe volta a campo no clássico contra o Santos, às 22 horas (de Brasília) de quarta-feira, na Vila Belmiro. O São Caetano, líder do grupo C e dono de uma das melhores campanhas do torneio até agora, recebe o Audax às 19h30 de terça-feira.

O jogo – Mano Menezes não se envergonhou de encher o time de volantes, improvisando Jocinei na lateral esquerda, já que Uendel e Fábio Santos estão machucados, e testando o trio Ralf, Guilherme e Ibson. Não demorou para ficar comprovado que Rodriguinho pouco tinha chance de ajudar Emerson Sheik e Alexandre Pato no ataque.

Com pouco mais de um minuto, Erick Flores driblou a maioria dos volantes escalados e expôs as falhas de posicionamento do Corinthians. Aos dois minutos, o erro alvinegro foi fatal. O mesmo Erick Flores apareceu nas costas de Diego Macedo e não foi atrapalhado por Paulo André para receber de Bady e abrir o placar batendo na saída do goleiro Walter.

Dois minutos depois, Jocinei cobrou falta com força e parou em excelente defesa de Wilson, cantado como “melhor goleiro do Brasil” pela torcida do São Bernardo, que fazia barulho no Pacaembu. Mas que pouco pôde mostrar sua qualidade no primeiro tempo. A bola parada foi uma rara chance corintiana.

Rodriguinho, Pato e Sheik estavam completamente isolados. Diego Macedo não se arriscou mais na frente, Jocinei não ia além da intermediária e os três volantes raramente conseguiam acertar passes. O esforço de Ibson, que se mexia por todo o campo, era em vão porque o camisa 18 justificava todas as vaias que recebia errando quase tudo que tentava.

Diferentemente de Pato, completamente à vontade se escondendo atrás de seus marcadores, Emerson Sheik ficou por dez minutos percorrendo todo o campo na tentativa de ter a bola nos pés. Quando conseguia, mostrava não estar na mesma fase de dois anos atrás, errando dribles e finalizações, apesar dos aplausos por seu esforço.

Os setores do time de Mano Menezes só se reaproximaram depois dos 20 minutos, quando o São Bernardo deixou sua equipe inteira atrás do meio-campo. Mais por precaução. O Corinthians tinha uma posse de bola inútil, assustando apenas em bate-rebate após cobrança de escanteio e em um chute prensado de Rodriguinho.

O São Bernardo, por sua vez, levou mais perigo quando achou espaço para contra-atacar. Erick Flores fazia o que queria quando tinha Diego Macedo pela frente e Edson colocou a bola entre as pernas de Guilherme e driblou quem o enfrentasse na grande área até cair pedindo pênalti, sem a concordância da arbitragem. Os visitantes, contudo, mostravam mais poder.

Do péssimo primeiro tempo corintiano, quem mais sofreu foi Ibson. Embora Guilherme tenha errado em uma saída de bola tentando passar a bola entre as pernas de um rival, o esforçado Ibson cansou de entregar a posse ao adversário e foi intensamente xingado. A torcida fez festa quando foi anunciada a saída do camisa 18 para colocar Danilo.

Além de poupar Ibson e o torcedor corintiano de continuar vendo o meio-campista, taticamente, Mano tentava dar mais qualidade à posse de bola e aproximar seus setores. A entrada de Danilo, somada à vontade maior dos atletas, aumentou a movimentação ofensiva da equipe alvinegra.

A primeira consequência foram faltas e cartões amarelos para o São Bernardo, mas nenhum susto para o goleiro Wilson. A realidade poderia mudar caso Pato se mexesse, o que não acontecia. A torcida vibrou quando Mano chamou Paolo Guerrero, talvez na esperança, também, de não ver mais o caro reforço vindo do Milan em campo. O técnico, porém, preferiu tirar Rodriguinho.

Aos 14, um minuto após a entrada de Guerrero, Alexandre Pato aproveitou furada da zaga para dar seu primeiro chute depois de mais de uma de jogo, acertando a trave. Um raro lance de eficiência do camisa 7, ainda demonstrando suas características corridas curtas que o tornam diferente de qualquer espectador, mas não um atleta que custou mais de R$ 40 milhões.

Do outro lado, o Bernô não ampliou aos 21 minutos porque Walter fez boa defesa em arremate de Marino. Na tentativa de somar algum ponto, Mano desistiu de Pato, mais um vaiado e trocado por Romarinho aos 31. Mais uma troca ineficiente diante de um adversário que passou até a trocar passes na frente. Bastou um gol aos dois minutos de jogo para o São Bernardo se aproveitar da falta de inspiração corintiana.

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