O repórter Ivan Pereira, da Rádio Band FM de Juína, no noroeste do estado do Mato Grosso, descobriu nesta pequena cidade de 40 mil habitantes, na divisa com Rondônia, uma figura com uma história curiosa: o motorista Altenir Chiapetti, 47 anos. Chiapetti acredita ser o pai biológico de um dos jogadores mais importantes do Brasil na atualidade: Cássio Roberto Ramos, o goleiro Cássio, do Corinthians.
Ele diz ter tido um caso amoroso com uma mulher nos anos 1980 em sua cidade natal, Francisco Beltrão, no Paraná (Cássio, 26 anos, nasceu em 6 de junho de 1987, na cidade gaúcha de Veranópolis). O motorista mentiu para a moça. Disse se chamar Cássio. Semanas depois do início do relacionamento, a mulher o procurou dizendo estar grávida dele.
No início, Chiapetti pipocou: alegou não ter “condições financeiras” de ajudá-la. “Mas depois arrumei o dinheiro e fui atrás, mas ela já tinha saído da casa em que vivia. Não tinha me deixado nenhum endereço. Daí em diante nunca mais soube por onde ela estava”, conta o motorista.
Brincadeira do destino: naquela época, ele era… goleiro do time de futebol do quartel.
Anos depois, Chiapetti mudou-se para Rondônia. Depois, foi morar no Mato Grosso e trabalhar como caminhoneiro. “Em todos esses anos, nunca perdi a esperança de encontrar meu filho. Percorri mais de 23 estados procurando por ele, mas não tive informações suficientes. Quando eu o vi jogando, chamou-me atenção a atuação, o jeito de se posicionar, as defesas. Na Libertadores, comecei a sentir uma angústia maior e a falar que ele era meu filho. Foi quando descobri que ele não conheceu o pai”, disse ele a Pereira.
Apesar de Cássio ter declarado não ter vontade de conhecer o pai, Chiapetti, hoje evangélico, pai de três filhos biológicos e um adotivo, sonha com a chance de confirmar se Cássio é de fato seu filho. “Tenho culpa da mentira, de não lembrar o nome da mãe dele, mas não fui covarde de não procurá-lo. Muitas pessoas vão dizer que quero aparecer e me aproveitar agora que ele é famoso. Mas eu não quero nada dele de bens materiais, pois tudo que ele tem foi conquistado com muito sofrimento. Estou preparado, mas preciso tirar essa dúvida. Confirmado, vou orar para Deus continuar abençoando-o e também pedir perdão para que eu possa, finalmente, ter paz de espírito”.