Brasil e Inglaterra se enfrentam nesta sexta-feira, às 16 horas (de Brasília), em amistoso que marca inauguração em jogos internacionais do novo estádio de Wembley, na capital inglesa. Mesmo com a rivalidade histórica entre os dois times, eles entram em campo também pensando nos torneios continentais que têm pela frente.
O Brasil começa a disputa da Copa América deste ano, que acontece na Venezuela, no dia 27 de junho, contra o México. Mas antes terá mais um amistoso preparatório, semana que vem, contra a Turquia, na Alemanha. Já a Inglaterra está na disputa das eliminatórias para a Eurocopa de 2008, que será realizada na Suíça e na Áustria.
O time inglês está na terceira colocação do grupo E, com os mesmos 11 pontos de Israel, vice-líder. Apenas os dois primeiros de cada grupo se classificam para o torneio continental. Nas eliminatórias, a Inglaterra volta a campo na próxima quarta-feira, quando enfrenta a Estônia em jogo decisivo, fora de casa.
A última vez que Brasil e Inglaterra se enfrentaram foi nas quartas-de-final da Copa do Mundo de 2002, quando os brasileiros venceram de virada por 2 a 1 e acabaram sagrando-se pentacampeões mundiais no Japão . Em 2000, as duas seleções fizeram o último jogo do velho Wembley, em amistoso que acabou empatado em 1 a 1.
Para essa partida, a idéia de Dunga é continuar o trabalho que ele começou quando aceitou o cargo. “Essa é a continuidade do trabalho que iniciamos quando assumi a seleção brasileira. Estamos renovando o time, dando chance a quem não teve oportunidade com a camisa do Brasil e está fazendo por merecer. Estamos trabalhando com a cabeça voltada para a Copa América e para as eliminatórias para a Copa do Mundo de 2010, que começa logo em seguida.”
Para ir para cima da Inglaterra, o técnico brasileiro colocará o trio Ronaldinho, Kaká e Robinho com muita liberdade. “Acho um desperdício fixar o Ronaldinho na ponta esquerda. Com o talento que tem, deve ter total liberdade para criar as jogadas do meio para a frente, com responsabilidade de recompor a marcação. São três jogadores aos quais não se pode dar uma única função. Eles têm de ter liberdade, mas logicamente que com responsabilidade coletiva.”
O Brasil terá algumas novidades nesta partida. A principal delas é no meio campo. Jogador mais celebrado por Dunga desde que este assumiu a seleção brasileira , Elano deve começar no banco de reservas. Quem ganhou a vaga foi Mineiro, do Hertha Berlim, que formará a dupla de volantes com Gilberto Silva. Já na defesa, Naldo ganhou a disputa com Alex e deve ser o titular ao lado de Juan, titular absoluto.
Quem também está à frente na grande disputa na lateral direita é Daniel Alves. O jogador do Sevilla vem se firmando na posição que ainda tem Cicinho, Maicon e Ilsinho na briga. “Um jogo importante como esse pode valer a conquista do seu espaço dentro da seleção brasileira. A disputa é muito grande, pois todos querem jogar, principalmente em um estádio como esse”, afirmou o jogador.
Daniel Alves ainda fez questão de celebrar o fato de poder atuar em um dos mais tradicionais campos do futebol mundial, agora em versão moderna. “Quem falar que nunca teve vontade de jogar em Wembley está mentido. Aqui na Europa é a mesma coisa que o sonho de jogar no Maracanã no Brasil.”
Pelo lado da Inglaterra, o técnico Steve McClaren sabe da importância da partida para o restante das eliminatórias para a Euro. “Claro que enfrentar o Brasil é sempre um acontecimento no mundo do futebol e, para nós, uma grande oportunidade de saber como estamos. É um termômetro. Precisamos nos preparar para o mais importante, que é o jogo contra a Estônia, quando três pontos estarão em jogo.”
Para este jogo, McClaren não poderá contar com os zagueiros Rio Ferdinand e Michael Dawson, ambos lesionados. Ferdinand, que desfalcou o Manchester United por boa parte da temporada por estar machucado, seria titular da equipe ao lado de John Terry, e agora será substituído por Jamie Carragher. Dawson esperava ficar pelo menos no banco de reservas.
Mas o principal destaque no English Team é o retorno do meio-campista David Beckham. De saída do Real Madrid, ele não era convocado desde a Copa do Mundo da Alemanha. Apesar de ter entregado oficialmente a braçadeira de capitão do time nacional, ele nunca havia falado em aposentadoria. Agora, volta ao time como titular e principal jogador de meio campo.