As autoridades da Bolívia comunicaram neste sábado a prisão do segundo suspeito de cometer irregularidades que levaram ao acidente com o avião da Chapecoense, no dia 29 de novembro, nos arredores da cidade colombiana de Medellín. 71 pessoas morreram no desastre, entre elas 19 jogadores e 24 membros da delegação catarinense.
Gustavo Vargas Villegas, ex-funcionário da autoridade de aviação da Bolívia (DGAC), foi preso sob a acusação de ter usado a influência que mantinha no setor aéreo do país para autorizar a licença do avião que a companhia Lamia usou para transportar a Chapecoense. Ele ficará sob custódia policial até o julgamento – sem data prevista para ocorrer.
“A acusação coletou testemunhos e evidências mostrando a participação do acusado em crimes de uso irregular de influência, conduta que denota a quebra de funções e é incompatível com o exercício do cargo público”, declarou o procurador do distrito de La Paz, Edwin Blanco.
Villegas é filho de Gustavo Vargas Gamboa, diretor-geral da companhia aérea Lamia. Gamboa foi preso na sexta-feira e responderá por “homicídio culposo, lesões gravíssimas, prevaricação, abuso de influência e desastre em meios de transporte”. O pedido de prisão foi expedido por existir o risco de fuga do direto-geral da empresa.
Gamboa declarou à imprensa local que era inocente. O mesmo posicionamento foi adotado por Villegas. “Eu sou inocente. Não autorizei as licenças de operação”, disse.
A principal linha de investigação aponta que o avião da Lamia caiu após ficar sem combustível. Sobreviveram ao acidente os jogadores Neto, Alan Ruschel e Jackson Follmann, o jornalista Rafael Henzel e os tripulantes Erwin Tumiri e Ximena Suárez.