Mesmo em um momento de festa, com a vitória de 3 a 0 sobre a Argentina e a conquista do bi na Copa América da Venezuela, a seleção brasileira mostrou que não esqueceu as críticas sofridas no início da competição. Cantando aos berros a música ‘Moleque Atrevido’, do sambista Jorge Aragão – cujo refrão é ‘respeite quem pode chegar onde a gente chegou’ -, os jogadores aproveitaram o momento para desabafar.
“É mais um título da Copa América. Criticaram, agora ta aí, Brasil campeão de novo. Sempre que viemos em uma competição, é para vencer”, garantiu o atacante Vagner Love. Opinião seguida à risca pelo meia Júlio Baptista, autor do primeiro gol brasileiro neste domingo.
“Falaram que nós tínhamos uma seleção praticamente medíocre e nós mostramos que temos condições de sermos campeões. Aqui existem profissionais”, desabafou o ex-são-paulino, visivelmente irritado.
Suspenso da decisão por ter recebido o segundo amarelo nas semifinais com o Uruguai, o capitão Gilberto Silva foi mais contido, mas não deixou o tom crítico. “Isso dá mais confiança no trabalho do Dunga e da comissão técnica. Pudemos mostrar mais uma vez o nosso valor. É um momento muito especial e cada um tem sua importância neste momento, desde o roupeiro até a comissão técnica”, disse o volante, que fez questão de levantar a taça, mesmo com Juan ostentando a tarja contra os Hermanos.
Destaque da seleção na competição, da qual terminou como artilheiro com seis gols marcados, o atacante Robinho preferiu usar argumentos para justificar o mau rendimento inicial. “O título representa o trabalho que tivemos. Falaram que a gente não era favorito e agora vamos voltar para o Brasil como chegamos: campeões. Enfrentamos muitas dificuldades, muitos aqui jamais tinham jogados juntos”, concluiu.
A festa da seleção não deixou também o lado político. Ao invés das tradicionais camisas exaltando a conquista, uma praxe da fornecedora de material esportivo da seleção, os jogadores usaram camisetas com o logo da campanha do Brasil para sediar a Copa do Mundo de 2014.